A Força Aérea Portuguesa (FAP) está a formar pilotos nos Estados Unidos para colmatar o défice crónico destes profissionais – neste momento há um défice de 100 aviadores. O objectivo é qualificar 100 pilotos aviadores até 2011, o que custará um milhão de euros e permitirá garantir a operacionalidade de todas as bases aéreas.
O recurso ao estrangeiro foi a alternativa encontrada pela FAP para “formar mais pilotos em menos tempo”, disse ontem o general Taveira Martins, Chefe de Estado Maior da Força Aérea (CEMFA), à margem das comemorações do Dia da Unidade da Base Aérea de Monte Real (BA-5).
A formação dos pilotos está a cargo da Academia da Força Aérea, mas depois os cadetes seguem para os EUA, onde estão durante um ano a completar a qualificação.
“Durante a minha permanência como CEMFA procurei que os cadetes, pelo menos durante três cursos, fossem para os EUA. Estão lá um ano e recebem as asas. São pilotos”, explicou o general Taveira Martins.
O custo de formação de um piloto militar está calculado em dez mil euros (dois mil contos), mas depois de receber as asas – o que significa estar apto a pilotar um avião – é necessário continuar a formação, nomeadamente para obter a qualificação necessária para operar uma determinada aeronave militar.
No caso dos aviões F-16 – os mais modernos da Força Aérea e que estão estacionados na Base Aérea de Monte Real –, quatro pilotos fizeram a sua qualificação nos EUA no ano passado e este ano estão lá outros quatro.
“Nós gastamos muito dinheiro na formação e quando eles recebem as asas precisam de um bom enquadramento e de voar muito, para terem as qualificações”, frisou o CEMFA, adiantando que “desde que vêm dos EUA como cadetes até chegarem a capitães da Força Aérea e serem pilotos experimentados gasta-se muito tempo e dinheiro”.
O quadro permanente da FAP precisa de 300 pilotos operacionais, mas hoje tem um défice de 100, o que resulta da sua saída para a aviação civil, que se tem acentuado nos últimos anos. A “carência generalizada de pilotos aviadores” foi várias vezes referida pela hierarquia da Força Aérea, que tem demonstrado dificuldade em mantê-los nas suas fileiras.
O general Taveira Martins tem a convicção de que “continuarão a sair pilotos” da FAP para a aviação civil, “mas se a situação estiver normalizada, o que acontecerá dentro de cinco anos, não haverá grande problema”. “Até porque já temos muitos pilotos em regime de contrato – a receber formação em Beja – e esses também servirão para contrabalançar todas as saídas”, explicou.
“Temos de captar jovens, sem eles não existe Força Aérea, mas tem de haver disciplina, rigor e uma boa qualificação”, afirmou Taveira Martins, concluindo que “a palavra chave é vocação e paixão por isto. Dá para muitos, não dá para alguns”.
CERIMÓNIAS DO DIA DA UNIDADE
A integração do estandarte Nacional nas forças em parada é um dos momentos da cerimónia do Dia da Unidade com mais significado para os militares. Depois da integração, segue-se a rendição dos porta-estandartes Nacional e da Unidade, que terão a função durante um ano.
O desfile das forças em parada e das aeronaves – ontem nove F-16 fizeram uma passagem em voo – culminou as comemorações do 47.º aniversário da Base Aérea de Monte Real. O efectivo desta unidade é de 810 pessoas, entre militares e civis.
A Força Aérea foi o primeiro ramo das Forças Armadas Portuguesas a admitir mulheres nas suas fileiras. Seguiu-se, mais tarde, o Exército e a Marinha. Hoje em dia, as mulheres militares asseguram um diversificado leque de missões.
O coronel piloto-aviador João Cordeiro, actual comandante da Base Aérea de Monte Real, foi ontem condecorado com a medalha de serviços distintos de prata, entregue pelo CEMFA. Natural de Lisboa, João Cordeiro tem 48 anos e foi piloto dos Fiat G-91, T-33 e T-38.
MISSÕES
No ano passado, as duas esquadras de aviões F-16 estacionadas em Monte Real fizeram 2367 missões, voando um total de 4590 horas. A maior parte das missões foi assegurada pela esquadra 201 (‘Falcões’), pois a 301 (‘Jaguares’) tem apenas cinco aviões.
SIMULADOR
A entrada em funcionamento do novo simulador de voo do F-16 MLU permitiu melhorar a actividade operacional, devido ao esforço das esquadras e tripulações no treino e qualificações dos pilotos.
ESQUADRAS
Só a partir de 2011 é que a Base Aérea de Monte Real vai dispor de duas esquadras completas de F-16 MLU, num total de 40 aeronaves. Até lá, decorre o programa de modificação a aprontamento.
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