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Alunos portugueses superam média da OCDE

Portugal já está muito acima da média a Ciências e Leitura. Cortes na Educação não impediram estudantes de melhorar.

06 de dezembro de 2016 às 10:00

Os alunos portugueses melhoraram em Ciências, Leitura e Matemática no estudo PISA de 2015, em relação a 2012, numa avaliação que envolveu 72 países e economias de todos os continentes e quase meio milhão de alunos. O estudo parece mostrar que os cortes na Educação aplicados pelo anterior Governo não tiveram afinal impacto negativo na performance dos alunos.

Portugal melhorou sempre os resultados desde 2000, o primeiro ano do maior estudo mundial comparativo sobre a performance dos alunos, que é realizado a cada três anos pela Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). Este ano os resultados são especialmente positivos. "Pela primeira vez nas seis edições do Pisa, Portugal obtém resultados médios em ciências e literatura significativamente superiores aos das médias da OCDE", pode ler-se no relatório ontem divulgado. Já em Matemática, Portugal está apenas um pouco acima da média.

A avaliação é feita numa escala de 0 a 1000. Portugal obteve 501 pontos em literacia científica, 498 em leitura e 492 em Matemática.

Entre os países membros da OCDE, Portugal ocupa o 17º lugar em Ciências, o 18º em Leitura e o 22º em Matemática. Os países asiáticos  voltam a dominar os lugares de topo, com destaque para Singapura, que lidera a Ciências e Leitura e é o país com os melhores resultados globais. Portugal consegue, por exemplo, ficar à frente de Espanha, França e Itália.

Responderam aos testes 7325 alunos portugueses de 246 escolas por todo o país, escolhidos aleatoriamente pela OCDE. A avaliação destina-se a alunos de 15 anos, pelo que abrange estudantes de vários anos de escolaridade. Cerca de metade frequentava o 10º ano, enquanto 22% estavam no 9º ano e os restantes no 7º e no 8º. "É o reflexo da persistência de taxas de retenção elevadas no nosso sistema de ensino", nota Hélder Sousa, presidente do Instituto de Avaliação Educativa, frisando que isto "não deixa de condicionar negativamente os resultados médios nacionais".

Apesar disso, Portugal foi o país com maior progressão na percentagem de alunos com performances de topo em literacia científica, entre 2006 e 2015 (mais 4,5%). E também houve redução acentuada (menos 7,1%) no número de alunos com resultados muito baixos.

Os rapazes portugueses tiveram melhores desempenhos do que as raparigas em Ciências e Matemática, com 10 pontos de diferença em ambos os domínios. As raparigas foram melhores a leitura, com uma vantagem de 17 pontos. Por regiões, o Alentejo litoral foi a unidade territorial com melhores desempenhos nos três domínios avaliados.

O estudo Pisa avalia não só os conhecimentos que os alunos adquirem, mas a forma como conseguem mobilizar esses conhecimentos e competências em contextos a que não estão habituados.

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