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Igreja diz que festas no Panteão fazem "lembrar os bacanais romanos nos cemitérios”

Bispo emérito de Beja diz que jantar no monumento não é a melhor forma de homenagear os ilustres da História.

14 de novembro de 2017 às 01:30

"Os romanos realizavam bacanais nos cemitérios, mas o nosso povo não tem esses hábitos". As palavras são do bispo emérito de Beja, D. António Vitalino Dantas, que, desta forma, condena a realização de festas e jantares no Panteão Nacional.

"É lá que estão sepultados alguns dos mais ilustres da nossa História e encontram-se lá porque conquistaram em vida honras de destaque para além da morte. Não me parece que a melhor forma de homenagearmos essas grandes figuras seja através da realização de jantares", afirmou o prelado ao Correio da Manhã, à entrada para a Assembleia Plenária da Conferência Episcopal, que ontem começou em Fátima.

A maior parte dos bispos preferiu não tecer considerações sobre o assunto, até porque, apesar de integrar o mesmo edifício da igreja de Santa Engrácia, o Panteão Nacional é um espaço laico e que, na verdade, cresceu em número de honrados e em importância na altura da primeira República.

No entanto, todos os prelados condenam a realização de jantares ou outro género de iniciativas festivas num espaço que, afirmam, "deve ser utilizado em exclusivo para lembrar e enaltecer os mortos mais ilustres da nossa Pátria".

Na reunião magna, que decorre até quinta-feira, os bispos portugueses vão debater as novas regras de formação nos seminários, a tragédia dos fogos florestais em Portugal, que este ano mataram mais de cem pessoas e destruíram centenas de casas, e o primeiro Dia Mundial dos Pobres, que se assinala no próximo domingo.

Alugar património só rendeu 877 mil euros

Alugar património só rendeu 877 mil euros

Nos dois últimos anos, o aluguer dos 23 museus, monumentos e palácios dependentes da Direção-Geral do Património Cultural (DGPC) apenas rendeu 877 mil euros, apurou o CM. Se em 2015 a receita foi de 458 mil euros, no ano passado o valor caiu para os 419 mil euros.

O CM solicitou à DGPC os dados das receitas de aluguer por equipamento. Contudo, até ao fecho desta edição a entidade não forneceu esses elementos.

Apesar disso, e como o CM publicou no ano passado, o equipamento que mais receitas gera é o Mosteiro dos Jerónimos. Só no primeiro semestre de 2016, rendeu 75 mil euros, fruto de 10 cedências. No mesmo período, o Panteão foi requisitado apenas uma vez para um serviço, que gerou uma receita de 4844 euros.

Em julho de 2016, fonte da DGPC disse ao CM que os monumentos são procurados para "eventos de empresas, como atribuições de prémios, jantares e desfiles de moda, e em alguns de música".

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