José Pais fala, para já, num prejuízo que rondará os quatro mil euros, mas poderá aumentar, porque pode haver animais que não vão resistir aos ferimentos.
Um pastor de Águas Vivas, no concelho de Miranda do Douro, no distrito de Bragança, confirmou este domingo que um ataque de lobos provocou a morte de 21 animais e ferimentos graves noutros nove, esta madrugada.
"O ataque dos lobos aconteceu de madrugada. Ao início da noite vim dar de comer às ovelhas, que estavam paridas, e estava tudo tranquilo. Quando cheguei ao local, que está vedado com rede, verifiquei que os animais mortos e feridos estavam espalhados por todo o lado", disse à agência Lusa o pastor José Pais.
Com ar desolado, o pastor interrogava-se como tudo poderia ter acontecido, justificando que o terreno estava vedado e com um cão de guarda nas proximidades, mas depressa concluiu que os lobos terão entrado por um ponto mais baixo da vedação.
"Eles [os lobos] aproveitaram este ponto da vedação para saltar para dentro do terreno que está numa parte mais elevada e atacaram. Tinham de ser pelo menos quatro ou cinco. Um só lobo não fazia [isto tudo]", vincou.
José Pais fala, para já, num prejuízo que rondará os quatro mil euros, mas poderá aumentar, porque pode haver animais que não vão resistir aos ferimentos.
"Anda aqui um homem a trabalhar todo ano e acontece isto, tem de se fazer alguma coisa", desabafou.
Segundo o pastor, os animais mortos e feridos são de raça Manchega, conhecida pela qualidade do leite para produção de queijo, que podem atingir o valor de 200 euros por unidade.
O ataque foi comunicado à GNR e ao Instituto da Conservação da Natureza e Floresta (ICNF).
Em pouco mais de um mês este é o quarto ataque de lobos registado no concelho de Miranda do Douro.
Em 19 de setembro, ICNF avançava à agência Lusa que, desde 2024, tinham sido registados 32 ataques de lobos, na região do Planalto Mirandês, território fronteiriço do distrito de Bragança.
Só no concelho de Miranda do Douro, num mês, foram registados quatro ataques de lobos nas localidades de Malhadas, Fonte Ladrão, Genísio e agora em Águas Vivas que resultaram na morte de algumas dezenas de animais e ferimentos graves noutras dezenas.
A falta de alimentos provocada pelos incêndios e o facto de o lobo ser um animal "territorial", foram algumas das razões avançadas para os ataques, por especialistas contactados pela Lusa.
As proximidades dos ataques dos lobos às aldeias também estão a sobressaltar os produtores de ovinos e caprinos deste território transmontano.
Segundo o ICNF, o lobo ibérico possui em Portugal o estatuto de espécie em perigo, que lhe confere o Estatuto de Espécie Protegida.
Em julho, foi apresentado o Programa Alcateia 2025-2035, de proteção do lobo ibérico, que tem para este ano um orçamento de 3,3 milhões de euros e contempla a revisão das indemnizações por ataques de lobos a gado, aproximando-as dos valores de mercado.
Segundo a direção do ICNF, indemnizações podem atingir valores de, por exemplo, 60 ou 70 euros por animal, quando no mercado seria de 170 ou 180 euros, realçando que não se acompanha completamente o valor do mercado, mas há uma aproximação.
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