Dois sindicatos convocaram uma greve de zelo por tempo indeterminado.
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A bastonária da Ordem dos Enfermeiros (OE), Ana Rita Cavaco, manifestou esta sexta-feira "todo o apoio" do organismo à greve de zelo por tempo indeterminado que dois sindicatos do setor convocaram e que terá início na quarta-feira.
"A Ordem dos Enfermeiros não convocou a greve, mas apoia-a", disse a bastonária numa conferência de imprensa em que estiveram presentes o presidente do Sindicato dos Enfermeiros (SE), José Azevedo, e o presidente do Sindicato Independente dos Profissionais de Enfermagem (SIPE), Fernando Correia.
Ana Rita Cavaco justificou a posição com o facto de terem sido "esgotadas todas as ações de diálogo com o Ministério da Saúde", observando que, apesar de o Serviço Nacional de Saúde (SNS) ser atualmente "pele e osso", continua-se a despedir enfermeiros nos hospitais.
"Despedem-se enfermeiros nos hospitais, os administradores alegam que não têm autonomia e o ministro (da Saúde) diz que não tem autorização das Finanças", disse a bastonária, afirmando que é altura de o Governo decidir se quer "salvar os bancos ou salvar o Serviço Nacional de Saúde".
Segundo Ana Rita Cavaco, além do despedimento de enfermeiros, há serviços que foram encerrados por falta destes profissionais.
Os dirigentes sindicais e a bastonária admitiram que as formas de luta dos enfermeiros podem agudizar-se, tendo José Azevedo admitido a hipótese de a luta poder ir até uma situação de "abandono dos hospitais", à semelhança do que aconteceu na Finlândia.
A bastonária considerou que todos os sindicatos deviam estar "juntos" no protesto que se inicia na próxima quarta-feira, porque esta "devia ser uma greve histórica da enfermagem".
Ana Rita Cavaco alertou para a enorme falta de enfermeiros e lembrou que foi proposto ao Ministério da Saúde a contratação de 3.000 enfermeiros por ano, durante uma década, precisando que o custo anual da medida seria de 64 milhões de euros/ano, sem grande expressão no Orçamento de Estado para o setor.
"É uma proposta consciente e racional, mas não obtivemos resposta e o governo começou a despedir enfermeiros", queixou-se a bastonária, sublinhando que o setor da Saúde está subfinanciado.
Questionada sobre alegações de que o Ministério da Saúde, à semelhança de outros ministérios, está "refém" do Ministério das Finanças, que decide tudo, a bastonária salientou que é altura de o Governo definir prioridades: "A banca ou a Saúde".
José Azevedo explicou que o protesto dos enfermeiros prende-se com a exigência de uniformização do horário de trabalho (redução para as 35 horas semanais) e a necessidade de serem criadas hierarquias e categorias profissionais, a par de um salário digno para quem é licenciado e exerce um serviço de reconhecida "complexidade".
O dirigente sindical reconheceu que o facto de a greve de zelo se iniciar no mesmo dia em que os médicos começam dois dias de greve dará "mais potência" à ação de luta dos enfermeiros.
José Azevedo criticou ainda o Ministério das Finanças por não dar dinheiro para a saúde e para os enfermeiros, preferindo canalizar recursos financeiros para "obras e obras, porque são essas que deixam comissões".
"Os enfermeiros são o setor público mais mal pago", disse o sindicalista, para quem a greve da próxima semana vai dar "alma à classe".
Também o sindicalista Fernando Correia advertiu o Governo de que, se os enfermeiros tiverem de passar à fase seguinte da luta, "não haverá um único enfermeiro nos hospitais".
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