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Professores portugueses trabalham isolados

OCDE sugere mais cooperação entre docentes. Seis antigos ministros de Educação analisaram melhoria de Portugal no PISA.

10 de fevereiro de 2017 às 18:20

Os professores portugueses trabalham isolados, não cooperam nem observam aulas uns dos outros, e mudar esta realidade seria simples e traria melhorias significativas ao sistema de ensino. A ideia foi defendida esta sexta-feira por Andreas Schleicher, diretor de Educação da OCDE, numa intervenção sobre os progressos de Portugal no estudo PISA, a anteceder o debate com seis antigos ministros da Educação, no auditório do Liceu Camões, em Lisboa.O responsável elogiou a melhoria contínua verificada em Portugal entre 2000 e 2015 no PISA, estudo que avalia as aprendizagens de alunos de 15 anos: "Portugal mostrou que é possível combinar qualidade e equidade".

"Os estudos que fizemos indicam que os professores portugueses mal falam uns com os outros, trabalham muito isolados e não cooperam. Esta é uma das mudanças simples de fazer para Portugal passar de Bom a Excelente nos resultados do PISA", disse o responsável, frisando que em Portugal os professores "praticamente não observam aulas" uns dos outros para tentar colher ensinamentos.

O responsável elogiou a melhoria contínua verificada em Portugal entre 2000 e 2015 no PISA, estudo que avalia as aprendizagens de alunos de 15 anos: "Portugal mostrou que é possível combinar qualidade e equidade".

O ex-ministro da Educação David Justino (2002-2004) elegeu o melhor trabalho das escolas em meios desfavorecidos e a melhoria na formação de base dos professores, bem como a sua maior motivação, como fatores determinantes para a melhoria no PISA. Justino frisou que o desafio mais importante pela frente é baixar as taxas de retenção, aspeto consensual entre os intervenientes.

Maria de Lurdes Rodrigues (2005-2009) defendeu que houve "investimentos políticos que foram factores estruturais para a melhoria dos resultados do PISA", nomeadamente o reforço do ensino pré-escolar. Isabel Alçada (2009-2011) também sublinhou o reforço do pré-escolar e a requalificação de escolas como elementos determinantes.

Já Nuno Crato (2011-2016) centrou-se na sua ação política, notando que "a retenção baixou em momentos de crise e grande dificuldade" e destacou que "os exames do 4.º e 6.º ano não fizeram mal a ninguém". Maria do Carmo Seabra (2004-2005) defendeu que "é importante dirigir os recursos para os menos favorecidos" e considerou a extinção da Prova de Avaliação de Conhecimentos e Capacidades "uma perda grande para o país".O debate, moderado pelo ex-ministro da Educação Marçal Grilo (1995-1999) aqueceu no final, com troca de farpas entre Lurdes Rodrigues e Nuno Crato, a propósito do ensino vocacional, lançado por este último e desmantelado pelo actual Governo. 

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