Pretendem que fique menos dependente do ensino secundário, nomeadamente da avaliação interna feita pelos estabelecimentos.
1 / 2
Escolas públicas e privadas defenderam esta terça-feira que o modelo de acesso ao ensino superior deve ser alterado, por forma a ficar menos dependente do ensino secundário, nomeadamente da avaliação interna feita pelos estabelecimentos de ensino.
As notas atribuídas pelas escolas privadas em 2016 aos alunos do secundário foram mais altas em cerca de 0,67 valores do que as das escolas públicas, segundo um estudo que compara as classificações internas no ensino secundário publicado pela Direção Geral de Estatísticas da Educação e Ciência (DGEEC).
"Para nós, o mais importante é que temos um problema com a regra tradicional de acesso ao ensino superior", disse à agência Lusa o diretor executivo da Associação de Estabelecimentos de Ensino Particular e Cooperativo (AEEP), Rodrigo Queiroz e Melo.
De acordo com a DGEEC, a principal preocupação levantada pelo fenómeno dos desalinhamentos entre escolas nos critérios de avaliação interna é, porventura, a questão da equidade entre alunos no concurso nacional de acesso ao ensino superior.
O responsável da AEEP desvalorizou a questão dos desalinhamentos, afirmando que são "pequenos desvios" e defendeu que seria útil estudar os modelos de acesso ao ensino superior de outros países.
"A Inspeção Geral da Educação teve oportunidade de ver o que se passa tanto no público, como no privado e concluiu que não havia nada, várias averiguações que fez deram em nada. Tudo foi investigado e arquivado", referiu.
Para Rodrigo Queiroz e Melo, a avaliação interna não deve ter caráter seletivo para o ensino superior. "É um instrumento de gestão pedagógica das escolas e da aprendizagem dos alunos e é nisso que as escolas têm de estar focadas".
O diretor da AEEP deu como exemplo que em alguns países o acesso ao ensino superior é livre e a triagem dos alunos faz-se na passagem do 1.º para o 2.º ano.
"Outra possibilidade é serem as próprias faculdades a decidirem como querem contar o acesso e terem desde provas internas a avaliação curricular, que pode até usar componentes da avaliação do ensino secundário", exemplificou.
"O que temos de discutir é como é que o ensino superior entende mais adequado (o acesso). Provavelmente até diferentes faculdades podem escolher diferentes modos de acesso", defendeu.
Rodrigo Queiroz e Melo contestou ainda a leitura da DGEEC por pressupor que o ensino secundário serve para seriar alunos para o ensino superior.
"O ensino secundário, quando foi alargado deixou de seriar alunos para o ensino superior", declarou.
A proposta da AEEP é "desligar" o ensino secundário do acesso ao superior ou "dar-lhe um peso muito menor, não ser o principal".
O presidente da Associação Nacional de Diretores de Agrupamentos e Escolas Públicas (ANDAEP), Filinto Lima, concorda com esta visão.
"Devíamos encontrar um modelo para que as escolas secundárias deixem de selecionar os alunos para o ensino superior", sublinhou, admitindo também a possibilidade de ser a própria faculdade a realizar o exame do futuro aluno.
Filinto Lima considera que deveria ser retirado este "ónus" ao ensino secundário ou, pelo menos, diminuir o peso da avaliação interna no acesso ao ensino superior.
Contactado pela Lusa a propósito do estudo da DGEEC, o diretor escolar criticou a altura escolhida para a publicação, em fase de pré-inscrições. "Parece que é publicidade gratuita aos colégios, todos sabemos que os pais querem a todo o custo que os filhos entrem para a faculdade".
Questionou ainda a utilidade de se reproduzir ciclicamente este tipo de informação, sem que sejam conhecidos os resultados das inspeções ordenadas durante a tutela de Nuno Crato: "O que é aborrecido é que não temos informação alguma do resultado dessas inspeções".
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.