Associação defende que "incentivos para veículos ligeiros de mercadorias elétricos devem aumentar significativamente" no Orçamento do Estado de 2026.
A associação ambientalista Zero quer que o Governo reformule o esquema de incentivos para a aquisição de veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos, considerando tratar-se de uma questão de "urgência climática", refere no Dia Internacional do Ar Limpo.
Lembrando que os veículos ligeiros de mercadorias são responsáveis por aproximadamente 14% das emissões de óxidos de azoto (NOx) nas cidades europeias e cerca de um quinto de todas as emissões de gases com efeito de estufa (GEE) do transporte rodoviário em Portugal, a Zero defende que a eletrificação deste setor é fundamental.
"Não apenas pela necessidade de melhorar a qualidade do ar urbano, atualmente muito aquém das recomendações da Organização Mundial de Saúde, mas também por uma questão de urgência climática", lê-se no comunicado que assinala o Dia Internacional do Ar Limpo para um Céu Azul, instituído pela Organização das Nações Unidas para destacar a importância da qualidade do ar para a saúde humana e para o planeta.
No texto, a associação ambientalista cita vários estudos e dados, apontando que, em Portugal, a transição para frotas de veículos elétricos está a ganhar impulso, com o número de veículos elétricos ligeiros a crescer de forma expressiva.
Aliás, diz a Zero, "segundo a Associação Automóvel de Portugal (ACAP), nos primeiros sete meses deste ano, 10% de todos os ligeiros de mercadorias vendidos eram 100% elétricos, o que contrasta com uma percentagem de pouco mais de 7% registada em todo o ano passado".
Mas, ainda que os incentivos à aquisição de veículos ligeiros de mercadorias 100% elétricos tenham sido pela primeira vez previstos no Orçamento do Estado de 2025, estes "cifraram-se em apenas três milhões de euros, em contraste com dez milhões de euros para ligeiros de passageiros", lamenta a associação.
"A Zero relembra que cada euro público investido na eletrificação de veículos ligeiros de mercadorias representa uma aplicação muito mais eficaz dos recursos do que na eletrificação de veículos ligeiros de passageiros, já que se trata de veículos de elevada utilização (que percorrem mais de 50.000 quilómetros por ano), e que percorrem muitos mais quilómetros que os veículos ligeiros de passageiros".
A associação defende que "os incentivos para veículos ligeiros de mercadorias elétricos devem aumentar significativamente no Orçamento do Estado de 2026 e serem também dirigidos à criação de áreas exclusivas de carregamento".
"Estes veículos têm um papel central no transporte de mercadorias e na logística urbana, e a sua eletrificação trará benefícios ambientais e económicos substanciais. A Zero apela ao governo português para que reformule o esquema de incentivos, assegurando que este favoreça veículos comerciais que têm um impacto ambiental desproporcionalmente elevado devido à sua utilização frequente e intensiva", lê-se no comunicado.
No mesmo alerta, a Zero descreve, ainda, que as Zonas de Zero Emissões (ZZE), nas quais é apenas permitida a circulação através da mobilidade ativa e de veículos sem emissões, estão a ganhar popularidade na Europa como uma solução para combater a poluição do ar e reduzir o congestionamento.
Segundo a associação, na União Europeia e Londres já estão planeadas 35 ZZE para a década de 2030, com 19 a entrar em vigor já em 2025 e a maioria das ZZE está concebida como zona de transporte de mercadorias com emissões zero, o que significa que as carrinhas elétricas irão assumir, cada vez mais, um papel central nas ruas das cidades.
"A Zero apela à criação urgente de ZZE em Portugal -- onde atualmente não existem --, como uma medida fundamental para melhorar a qualidade do ar e reduzir a poluição sonora e incentivar o crescimento da adoção de carrinhas de transporte de mercadorias elétricas", conclui.
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