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Mãe recebeu mil euros para expor filha na SIC

Contrato assinado entre produtora e pais prevê pagamento e gravações em casa durante uma semana.

16 de janeiro de 2018 às 08:55

Os pais que aceitarem expor os casos dos seus filhos no programa ‘Supernanny’, da SIC, recebem em troca mil euros e têm de estar disponíveis durante uma semana para gravações em casa, apurou o CM.

Foi este o caso da família apresentada no primeiro episódio, que teve como protagonistas Patrícia, uma mediadora de seguros de 36 anos, que vive em Loures, e a filha Margarida, de 7. Estreado domingo à noite, o formato está a gerar muita polémica devido à exposição a que a criança foi sujeita.

A Comissão Nacional de Promoção dos Direitos e Proteção das Crianças e Jovens considerou ontem "existir um elevado risco" do programa "violar os direitos das crianças", nomeadamente o direito à reserva da vida privada.

Uma posição à qual se associou o Instituto de Apoio à Criança e a UNICEF Portugal, que apelaram à intervenção do Estado e que se mostraram preocupados com o surgimento de mais casos nas próximas semanas (a primeira temporada de ‘Supernanny’ em Portugal terá oito episódios).

Já a Ordem dos Psicólogos, que em 2016 tinha dado parecer negativo ao formato por considerar que "a intervenção psicológica não deve ser associada a programas em que se exponham publicamente casos particulares", disse ter recebido queixas, que irão agora ser analisadas pelo Conselho Jurisdicional. À ERC também já chegaram várias queixas, que serão analisadas nos próximos dias.

Entretanto, e face ao coro de críticas que se estendeu às redes sociais, a SIC emitiu um comunicado no qual assegura que ‘Supernanny’ "cumpre a lei, tendo sido obtidas as necessárias autorizações para o efeito". E defende que o programa, exibido em 15 países, não é exibicionista. Já a ‘Supernanny’ Teresa Paula Marques afirmou "não estar no programa como psicóloga", apesar de ser essa a sua profissão, e remeteu explicações para a produtora Warner Bros., que não se pronunciou.

O CM tentou ainda falar com a família da criança, mas tal não foi possível.

Os pais, divorciados, foram ontem ouvidos na Comissão de Proteção de Jovens e Crianças de Loures.

Quase 1,2 milhões viram a estreia

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