Foram profissionais da televisão e presença assídua até ao dia em que desapareceram do ecrã. Uns estão reformados, outros mudaram de actividade. A ‘Correio TV’ descobriu o que fazem agora.
Durante anos entraram pelas casas dos portugueses. Monopolizaram atenções, marcaram épocas, gerações e estações de televisão. Depois desapareceram do ecrã. A Correio TV foi à procura de alguns destes nomes para descobrir o que fazem actualmente.
Figura inesquecível da TVI, Olga Cardoso, apresentadora de ‘Amiga Olga', reformou-se aos 65 anos, mas continuou a trabalhar, como relações públicas de uma empresa de mobiliário em Coimbra. "Fui viver para lá quatro anos. Trabalhei nas rádios locais de Coimbra, Leiria, Tomar e Seia, onde fazia publicidade à empresa", revela. Apesar de andar pouco pela cidade do Porto, onde vive, Olga Cardoso recebe a atenção e o carinho dos que se cruzam com ela na rua: "Esta semana ia sendo atropelada numa passadeira porque me distraí a responder ao cumprimento de quatro senhoras que gritaram pela ‘Amiga Olga'. É assim que sou tratada, foi isto que ficou na cabeça das pessoas", revela.
‘Amiga Olga' foi uma referência na TVI e Olga Cardoso confessa que sente saudades do público. "Adorei estar com as pessoas. Aquilo era mais do que um programa, era um espectáculo". Entre os momentos marcantes, recorda dois: "Lembro-me de uma concorrente idosa, que tinha sete netos e lavava a roupa deles à mão. Quando lhe perguntei o que gostaria de ganhar ela falou-me numa máquina de lavar roupa. E não é que lhe saiu mesmo a máquina?! Outra vez, uma jovem ganhou uma moto e ficou tão contente que percorreu o estúdio comigo ao colo". Depois do ‘Amiga Olga' a radialista regressou à TVI para apresentar ‘TVI Shoping Center'.
Com uma voz inconfundível, Luís Pereira de Sousa marcou uma era na RTP. Profissional multifacetado, fez parte da carreira na rádio. Hoje, com 69 anos, só interrompe a sua rotina, em Cascais, para vir a Lisboa, uma vez por semana, fazer locuções. E foi no estúdio que o encontrámos à volta de um texto sobre os suricates. "Gosto muito da TV, mas não sinto falta do ambiente hipócrita que se vive no meio", diz Luís Pereira de Sousa, cuja carreira começou em 1960, no Clube Radiofónico de Portugal. Entretido a fazer locuções para o Canal História e Odisseia, o jornalista sente a "falta da adrenalina" e de "alguns colegas". Mas não troca a vida que hoje tem: "Quando deixei a RTP achei que ia ser o meu fim. Mas renasci", conta.
"Deixei a RTP quando entrou Emídio Rangel e o seu séquito (2001). Estava na ‘Grande Reportagem'. O programa foi suspenso e fui posto na prateleira. Jaime Fernandes propôs a minha transferência para delegado junto das produções externas. A função era inadequada. Nada tinha a ver comigo. Saí com uma indemnização entre 100 a 150 mil euros", recorda.
Apaixonado pelo barco à vela onde há muitos anos se faz à aventura no mar de Cascais, o jornalista entrou na RTP em 1977, onde apresentou ‘Telejornal', ‘Frente a Frente', ‘Retrato de Família', ‘Jogos de Verão' e ‘Festa na Feira', entre outros. Em 1993, ‘Onda de Verão', percursor de formatos com que a estação pública enche hoje a sua grelha, era transmitido aos sábados, durante o Verão. Em diferentes praias, o apresentador tinha jogos, eleição de Miss Praia, concursos de tatuagens, construções na areia... Sobre a televisão de hoje, diz estar "sem imaginação". "É uma repetição constante de modelos de sucesso além-fronteiras. Mas há gente com talento, excelentes profissionais e meios técnicos inovadores que dão uma grandiosidade absorvente". Apesar de há muito ter desaparecido do ecrã, é "através da voz" que muita gente ainda o reconhece.
Cristina Caras Lindas, que apresentou ‘Jet Set', na RTP, e ‘Amigos para Sempre', na TVI, vive em Angola. O seu último trabalho em TV foi em 2003, no Canal Saúde, onde conduziu ‘Corpo e Alma'. A apresentadora nasceu em Angola, mas a sua vida profissional começou no Canadá, onde trabalhou na Chin Radio TV e no Channel 47. Caras Lindas trabalhou também na televisão espanhola, onde diz ter aprendido muito. Na TVI começou por fazer locução até que passou para a apresentação com o programa ‘Caras Lindas', em 1999, na TVI, onde retratava histórias da vida e trazia a público casos de solidariedade. Sempre que esteve afastada dos estúdios e das câmaras, Cristina Caras Lindas aproveitou para escrever e editou dois romances.
Desaparecida do ecrã está também Cristina Möhler, que apareceu na meteorologia da SIC em 1992. Em Carnaxide apresentou ‘Templo dos Jogos' e ‘Luna Parque'. Interrompeu o trabalho para ser mãe. Dois anos depois regressou, na TVI, onde conduziu ‘Lux'. Seguiu-se ‘Ri-te Ri-te' e ‘Os Animais Também São Gente'. Em 2000 mudou-se para a RTP, onde apresentou o concurso ‘Quebra Cabeças'. Aos 28 anos abandonou a TV. Cristina Möhler casou com Paulo Sousa que, até 2010, foi treinador de futebol em Inglaterra.
OLGA CARDOSO
Chegou tarde à televisão, aos 59 anos, mas em pouco tempo atingiu protagonismo com o programa ‘Amiga Olga', na TVI. "Há quatro anos que estou em casa. Leio e vejo muita televisão, com a minha gata Elsa sempre ao colo. Devia sair como recomenda o meu médico...", diz Olga Cardoso, que, aos 76 anos, usufrui da companhia das netas Rita, de quatro anos, Ema, de seis, Marta, de oito, e Inês, de 18 anos, com quem viaja muito.
NA TV ZIMBO ANGOLA
Nos últimos anos, Cristina Caras Lindas trocou Portugal por Angola. A viver em Luanda, a apresentadora tem assinado reportagens para a TV Zimbo, o primeiro canal de televisão privada em Angola criado pelo grupo MediaNova, em parceria com a portuguesa TVI e a britânica BBC.
ÚLTIMA APARIÇÃO
Afastada do ecrã, das festas e das revistas do social, Cristina Möhler teve uma reaparição fugaz em 2006, numa emissão de meia hora, na TVI, para apresentar o sorteio da fase final do Campeonato da Europa de Futebol Sub-21.
JOSÉ JORGE DUARTE
Quem não se lembra do Lecas, personagem que ficou mais conhecida do que o nome do actor que a interpretou na RTP? José Jorge Duarte, actor, encenador e cantor, dedica-se actualmente às dobragens de filmes de animação.
FÁTIMA MEDINA
Foi um dos rostos mais populares da RTP, onde entrou em 1979. Após rescindir com a estação, a locutora abriu, na praça de Espanha, em Lisboa, uma empresa líder mundial de mercado no campo da sinalética e publicidade.
ALEXANDRA ABREU LOUREIRO
Os óculos de massa e as cores intensas que usava eram a imagem de marca da pivô da SIC Notícias. Alexandra Abreu Loureiro, que deixou o jornalismo, foi assessora do ministro Severiano Teixeira, no Ministério da Defesa. Hoje é assessora do reitor da Universidade Nova de Lisboa.
GUILHERME LEITE
Guilherme Leite, pai dos ‘Malucos do Riso' (SIC), é o fundador do Saloia TV, televisão on-line de Sintra, Mafra, Loures e Torres Vedras. Este mês vai lançar o Oeiras Canal e o Cascais Canal. Aos 57 anos, diz, sem hesitar, que o ponto mais alto da sua carreira vai "ainda acontecer" quando lançar um canal que prepara para o cabo.
MARGARIDA MERCÊS DE MELLO
Funcionária da RTP desde 1978, onde faz locuções, participa pontualmente em programas do canal e está a preparar um novo projecto. Colabora nos programas ‘Negócios em África' e ‘Iniciativa Africana'. Em 2003 apresentou na RTP 1 ‘SMS (Ser Mais Sabedor)', concurso sobre matérias curriculares e de cultura geral disputado por alunos.
ANA DO CARMO
Trabalha como assessora de imprensa no gabinete de comunicação de uma embaixada, em Lisboa. Na RTP 1 estreou-se com o ‘Prémio Nacional da Música'. Apresentou Festivais da Canção e muitas galas internacionais da estação pública. Conduziu os programas ‘Arca de Noé' e ‘Companhia dos Animais', entre outros.
HUMBERTO BERNARDO
Apresentou ‘Não se Esqueça da Escova de Dentes' e ‘Minas e Armadilhas'. Em 1997, no concurso Miss Portugal, trocou o nome da vencedora pelo da primeira-dama. Tem trabalhado como assessor.
MARGARIDA REIS
Apresentou ‘Mini-Chuva de Estrelas' e participou em ‘Os Trapalhões em Portugal' e ‘Malucos do Riso'. Na série ‘Claxon' era a secretária Ruby. Vive nos Estados Unidos, onde casou com um norte--americano.
RUTH RITA
Entre 1990 e 1993, ‘A Roda da Sorte', apresentada por Herman José na RTP 1, tinha como assistente Ruth Rita. A rapariga que virava as letras do jogo tornou-se empresária e tem, há anos, uma loja de roupa na zona de Telheiras.
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