Estudo aponta para uma cicatrização quase total de feridas ao fim de dez dias através de uma abordagem molecular que inibe dois microARN.
Um estudo liderado pela Universidade de Coimbra (UC) e pela Universidade de Roskilde (Dinamarca) demonstrou que a inibição de pequenas moléculas acelera a cicatrização das feridas de pessoas com diabetes.
A investigação aponta uma cicatrização quase total destas feridas ao fim de dez dias, através de uma abordagem molecular que inibe, em simultâneo, dois microARN, revelou esta terça-feira a UC, num comunicado enviado à agência Lusa.
A descoberta "pode abrir caminho ao desenvolvimento de novas terapias para melhorar o tratamento de feridas em pessoas diagnosticadas com diabetes", cuja cicatrização "é lenta e complexa, o que favorece o aparecimento de úlceras difíceis de curar".
Segundo os cientistas Ermelindo Leal e Eugénia Carvalho, o objetivo foi investigar se o bloqueio de dois microARN poderia auxiliar na cicatrização, nomeadamente o miR-146a-5p e o miR-29a-3p, pequenas moléculas que regulam a expressão genética e que descobriram estarem aumentadas na pele de pessoas com diabetes.
Os resultados abrem novas possibilidades para o desenvolvimento de terapias que atuem diretamente sobre estas duas moléculas, "com potencial para modular processos-chave envolvidos na cicatrização de feridas, como a inflamação, o stress oxidativo, a formação de novos vasos sanguíneos e a remodelação da matriz extracelular", disseram os investigadores do grupo Obesidade, Diabetes e Complicações do Centro de Neurociências e Biologia Celular da UC e do Centro de Inovação em Biomedicina e Biotecnologia.
"Estes futuros alvos de terapia molecular podem ter o potencial de melhorar significativamente as feridas e a recuperação de doentes, podendo reduzir o tempo de internamento hospitalar, diminuir o risco de amputações e, assim, aliviar o peso económico e social associado", avançaram.
Podem, igualmente, "potenciar estratégias semelhantes aplicadas a outras patologias marcadas por cicatrização deficiente ou inflamação crónica".
De acordo com a UC, os resultados foram alcançados testando a consequência da inibição dos microARN através de moléculas desenhadas para o efeito, tanto em células humanas como em ratinhos com diabetes tipo um.
Posteriormente, foram analisadas as consequências ao nível da inflamação, formação de novos vasos sanguíneos e remodelação tecidular.
Nos testes com os animais, a abordagem "reduziu o tamanho das feridas de forma significativa em dez dias, com alterações que levaram a uma pele mais resistente e estruturalmente mais organizada".
O estudo "tem grande relevância social, especialmente num contexto global em que a diabetes é uma doença que afeta milhões de pessoas -- causando dor, infeções recorrentes, hospitalizações frequentes e até amputações -- e apresenta uma tendência de crescimento contínuo", destacaram Ermelindo Leal e Eugénia Carvalho.
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