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Mais um ano, mais uma grande edição do Circuito Internacional de Vila Real que fica na memória. Pela 54.ª vez numa história que se estende há quase um século, a reputada prova encheu as ruas da cidade transmontana e, durante três dias, proporcionou um espetáculo tremendo para gáudio dos entusiastas dos motores que, ávidos de lutas acérrimas em pista, manobras corajosas e corridas imprevisíveis, se deslocaram propositadamente até Trás-os-Montes.

Em termos desportivos, a competição esteve à altura e cumpriu a preceito, assim como a própria cidade, que disponibilizou um programa complementar vasto para oferecer a melhor experiência possível aos visitantes que, entre 4 e 6 de julho, estiveram de passagem pela Capital da Velocidade.

No final, somadas todas as variáveis, o balanço não podia ser mais positivo. A marca saiu reforçada e a economia local também. “O circuito regressou com força total, sendo muito mais do que velocidade. Encheu os hotéis, os restaurantes e os cafés, dinamizou o comércio e atraiu milhares de visitantes”, sinalizou Alexandre Favaios, presidente da Câmara Municipal de Vila Real, no rescaldo dos três dias de competição. “Foi um fim-de-semana em que celebrámos Vila Real. Tivemos corridas extraordinárias, com muita adrenalina, e com o público sempre a puxar pelos pilotos”, frisou, em declarações à CMTV.

A dimensão nacional e internacional da prova ficou, uma vez mais, à vista pela afluência em pista. Pelo asfalto de Vila Real passaram 175 pilotos, nacionais e estrangeiros, 25 carros do Kumho FIA TCR World Tour e várias categorias de competição, num evento que contou com a colaboração de cerca de 500 voluntários nas mais variadas funções.

O primeiro dos três dias foi dedicado aos sempre necessários treinos livres, num momento de reconhecimento ao exigente traçado de 4,6 km, mas os dois seguintes já foram a doer. No sábado, 5 de julho, sob condições atmosféricas difíceis, deu-se início às corridas. No Campeonato de Portugal de Velocidade, Francisco Mora e Francisco Abreu venceram no GT4 Pro, Sérgio Azevedo e Orlando Batina no GT4 Pro-Bronze, Ricardo Costa e Nuno Teixeira no GT4 Bronze, Pedro Bastos Rezende e Ruben Vaquinhas no GT4 AM, Pompeu Simões e Duarte Camelo no GTX, e Rui Miritta na divisão Cup.

No derradeiro dia da prova, Yann Ehrlacher, da Lynk & CO, triunfou na corrida 1 do Kumho FIA TCR World Tour, enquanto Thed Björk levou a melhor na segunda. Registaram-se ainda vitórias de Pedro Salvador e José Carlos Pires no GT4 Pro, de Bruno Pires e Patrick Cunha no GT4 Pro-Bronze e de Vasco Oliveira e Francisco Carvalho no GT4 Bronze. Pedro Bastos Rezende e Ruben Vaquinhas, Pompeu Simões e Duarte Camelo, e Rui Miritta repetiram os primeiros lugares do dia anterior nas respetivas categorias. A ementa contemplou também as sempre atrativas competições de clássicos.

Thed Björk, vencedor da segunda corrida do Kumho FIA TCR World Tour, não escondeu a satisfação por vencer em Vila Real. “Sinto-me vivo e muito contente por ter conseguido vencer em frente aos fãs portugueses. Foi uma grande alegria”, disse o piloto, em declarações à ‘Vila TV’.

Mais três anos de elite garantidos

À partida para a 54.ª edição do Circuito Internacional de Vila Real, Alexandre Favaios já havia destacado a importância do certame para a economia e para a projeção internacional da cidade, dando a entender que a aposta era para manter no futuro. Declarações que, face ao sucesso da organização de 2025, acabaria por reiterar. “Queremos continuar a afirmar Vila Real como a capital nacional do desporto automóvel e oferecer à cidade e à região um evento que é economia, tradição, inovação e emoção”, apontou o autarca.

O futuro adivinha-se risonho, até porque está confirmado que o Kumho FIA TCR World Tour voltará a passar por Vila Real nos próximos três anos. A prova de que o circuito está aí... para as curvas. “Mostra a qualidade do nosso circuito, das nossas provas e o interesse do TCR World Tour em continuar em Vila Real. Ouvimos alguém do TCR World Tour dizer que este era o grande evento de todo o campeonato”, afirmou José Silva, presidente da Associação Promotora do Circuito Internacional de Vila Real.

James e Xutos & Pontapés ficam para a história

À semelhança do que aconteceu em edições passadas, a Câmara Municipal de Vila Real preparou um programa sociocultural vasto para servir de complemento à vertente desportiva. A agenda de 2025 foi idealizada com especial atenção por este ser o ano do centenário da cidade. Assim, nos dias em que decorreu o Circuito Internacional de Vila Real, realizaram-se vários eventos, com destaque para dois concertos realizados na Praça do Município que entram para a história: Xutos & Pontapés e James.

“Houve muita festa em volta do circuito durante o dia e à noite, na nossa sala de visitas, com dois concertos absolutamente extraordinários. Com os nossos Xutos & Pontapés e com o concerto do Centenário, com James, que fez as delícias dos que vieram pelas corridas, dos que vieram pela animação e dos que vieram pelas corridas e pela animação”, apontou Alexandre Favaios, em declarações à CMTV.

Mostra gastronómica fez as delícias

Carros e música são uma combinação que, à partida, enche as medidas de um vasto grupo de pessoas. Se à equação for ainda adicionada a boa gastronomia, poderemos estar perante um bingo para o programa ideal. Comida de eleição é, como se sabe, um dos pratos fortes de Trás-os-Montes e quem visitou Vila Real por estes dias teve a oportunidade de degustar o que de melhor se confeciona localmente.

No centro histórico da cidade, por exemplo, foi edificado o Wine & Food Circuit, uma espécie de mostra gastronómica que juntou produtores regionais. Vinho, carnes, covilhetes e doçaria conventual foram alguns dos produtos em exposição a promover a identidade do Douro.