O Festival F celebra, de 4 a 7 de setembro, a sua 10.ª edição na Vila Adentro de Faro, com um cartaz de luxo da música portuguesa com nomes como o filho da terra Diogo Piçarra, Dino D’Santiago com a Orquestra do Algarve e Ana Moura, entre outros. Há “um antes e um depois do F – para a cidade, para o Algarve e para a música portuguesa”, sublinha o autarca de Faro, Rogério Bacalhau
31 de agosto de 2025 às 09:00O último grande festival de verão está prestes a soprar as velas da sua primeira década. De 4 a 7 de setembro de 2025, a Vila Adentro de Faro voltará a vestir a sua melhor atmosfera para receber a 10.ª edição do Festival F — uma celebração da melhor música portuguesa que transcende apenas a música e se afirma como um fenómeno cultural, comunitário e identitário. O evento que começou em 2014, numa edição “zero” envolta em cepticismo, transformou-se, sublinha o Presidente da Câmara Municipal de Faro (CMF), Rogério Bacalhau, num marco que define um “antes e um depois do F – para a cidade de Faro, para a região do Algarve e para a música portuguesa”.
Uma História de crescimento e ousadia
O nascimento do Festival F é um testemunho de visão e resiliência. “Para quem não sabe, permitam-me dizer que o Festival F nasceu de um sonho distante meu, do Joaquim Guerreiro e do Vasco Sacramento”, lembra o vice-presidente da Câmara Municipal de Faro, Paulo Santos. O objetivo era claro: criar um evento transformador para Faro. O cenário escolhido foi a Vila Adentro, um cenário absolutamente único com um património histórico e edificado muito especial – então desconhecido por muitos - e uma proximidade inigualável com a Ria Formosa. Mas a aposta era arriscada e estava longe de ser consensual. “Pensar e projetar um festival numa zona histórica e sensível como esta, dedicado apenas à música portuguesa, foi seguramente uma aposta de risco por múltiplos fatores”, recorda Paulo Santos. “Por um lado, o contexto financeiro pós-crise era muito difícil para as Autarquias, e em particular para a nossa, e por outro lado, não faltava quem duvidasse da viabilidade de um festival exclusivamente dedicado à música nacional”, acrescenta.
A realidade, porém, provou o contrário. De um evento modesto com cinco palcos e dois dias, o F cresceu a olhos vistos em área e reconhecimento. Hoje, o Festival F conta com nove palcos espalhados por uma área sete vezes superior à inicial, quatro dias de programação e números impressionantes: ao todo, pelo Festival F já passaram mais de 350.000 espetadores e mais de 500 concertos. Um crescimento que espelha uma consolidação profunda do Festival F, que já se consolidou como uma referência da cidade, da região e da música portuguesa.
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O Cartaz: Uma Radiografia da Música Portuguesa
Desde a sua fundação, a missão do Festival F sempre foi dar palco à música portuguesa na sua diversidade. A edição de 2025 volta a materializar esse desígnio com cerca de 100 concertos dos mais vários estilos e sonoridades. Desde o espetáculo inédito de Dino D’Santiago com a Orquestra Clássica do Algarve ao regresso a casa de Diogo Piçarra, que comemora 10 anos de carreira nesta décima edição do Festival F, passando pelo rap de Mundo Segundo & Sam The Kid, o pop de Bárbara Bandeira, a irreverência de Pedro Abrunhosa e a alma do fado de Sara Correia, o cartaz é um espelho da melhor música feita em Portugal.
O ecletismo é e sempre foi, aliás, uma bandeira do festival: a programação abrange vários estilos musicais – da música tradicional ao fado, da pop ao hip-hop, da electrónica ao jazz ou rock, permitindo ao público aceder a uma vasta paisagem sonora. Mas mais do que apresentar nomes apenas consagrados, o Festival F orgulha-se de ser, igualmente, uma plataforma de lançamento para artistas em ascensão ou mesmo para músicos locais.
“Muitos dos artistas emergentes que atuaram nas primeiras edições foram, ou são hoje, cabeças de cartaz do F” observa Gil Silva, diretor do Teatro das Figuras, adiantando ainda que também cada vez mais músicos locais – farenses ou da região – atuam nos vários palcos do festival, obtendo também assim maior reconhecimento do muito talento existente na região e da vitalidade da cena musical portuguesa.