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PME enfrentam o fim do mundo e o fim do mês

Como evitar o fim do mundo sem falhar o fim do mês? PME portuguesas distinguidas com Prémio Europeu de Sustentabilidade mostraram como em Aveiro.

27 de março de 2025 às 14:47

Para as PME portuguesas que na semana passada subiram ao palco em Aveiro para partilhar as suas experiências de sustentabilidade, esta não é um “peso”, não foi um “clique” nem é um “chamamento”. Para estas empresas, a sustentabilidade é um caminho natural para criar um negócio ou para dar futuro a um negócio que já existia.

Não estamos a falar só de negócios inovadores e tecnológicos, mas também de empresas com história, em setores tradicionais, que souberam apostar na inovação e na tecnologia para, através da sustentabilidade, dar futuro ao seu negócio. Empresas em setores históricos como o têxtil, a marroquinaria, a metalomecânica, ou a indústria química.

Este evento, promovido pela Generali Tranquilidade, e que teve lugar no Centro de Congressos de Aveiro, foi uma oportunidade para as PME distinguidas como Heróis da Sustentabilidade nas três edições portuguesas do Prémio SME EnterPRIZE partilharem as suas experiências com uma audiência interessada e informada. Na sua intervenção, Leonor Matias, consultora sénior da EY, “knowledge partner” desta iniciativa, apresentou um panorama detalhado das candidaturas à terceira edição, com destaque para um aumento expressivo de 32% no número de inscrições, comparado ao ano anterior. Fez ainda um enquadramento da situação das PME face ao cenário da União Europeia.

A nossa vez de mudar

O evento contou com a participação do professor emérito Carlos Borrego, ex-ministro do Ambiente e um “histórico” da introdução dos temas ambientais em Portugal. A sua intervenção centrou-se na relação entre crescimento económico e sustentabilidade e enfatizou três prioridades estratégicas para os próximos anos: a transição climática; a economia circular; e a construção de cidades inovadoras e resilientes. Neste contexto, Carlos Borrego defendeu a necessidade de enfrentar os desafios ambientais com ações concretas e políticas eficazes, apontando para um futuro em que o desenvolvimento deve ser sustentável e focado na qualidade de vida. Ou seja, como afirmou no final: “O clima mudou, agora é a nossa vez de mudar.”

Para este evento, a Generali Tranquilidade juntou responsáveis das PME distinguidas com o Prémio para partilharem as suas experiências e desafios na implementação de práticas sustentáveis, com destaque para a importância de conciliar sustentabilidade e rentabilidade. Na sua intervenção, Ana Vasconcelos, diretora-geral da Belcinto, explicou que, para a empresa que fabrica artigos em pele, a sustentabilidade não é um custo, mas uma forma de reduzir gastos com recursos como água e eletricidade, além de promover a utilização de toda a matéria-prima e a durabilidade dos produtos.

Já Margarida Martins, responsável de inovação da ALGAplus, que produz algas para alimentação, destacou a importância da inovação e da colaboração para melhorar a cadeia de valor desta atividade, que tem um impacto ecológico positivo.

Por seu lado, Bárbara Teixeira, responsável de sustentabilidade, segurança e ambiente da Miranda e Irmão, que fabrica componentes para bicicletas, defendeu a sustentabilidade como uma necessidade estratégica, essencial para a competitividade a longo prazo na indústria metalomecânica.

A discussão também tocou nas questões legislativas, com vários oradores a explicarem que a regulamentação atual pode ser um incentivo à sustentabilidade, mas também é, por vezes, um obstáculo para a implementação de práticas sustentáveis. Por exemplo, a legislação muitas vezes trata subprodutos como resíduos, dificultando a adoção de um modelo de economia circular, como destacou César Henriques, diretor-geral da EcoX, que transforma óleos alimentares usados em detergentes líquidos sustentáveis.

O clima mudou, agora é a nossa vez de mudar
Carlos Borrego

professor emérito na Universidade de Aveiro

Exemplos de sustentabilidade

No segundo painel, outras três PME apresentaram e discutiram as iniciativas em sustentabilidade que lhes mereceram ser distinguidas pela iniciativa. Ana Tavares, CEO da RDD Textiles do Grupo Valérius 360, apresentou o projeto de reciclagem têxtil da empresa, que transforma resíduos têxteis em novos fios têxteis e que está a apostar em reciclar peças usadas como matéria-prima para novas peças.

Por sua vez Eliana Lopes, responsável de qualidade e ambiente da Promecel, falou sobre a sua nova fábrica de metalomecânica de precisão, alinhada com critérios ambientais e sociais e que integra práticas mais sustentáveis na sua conceção, construção e operação. Por sua vez, Nuno Matos, diretor-geral da Eco-Oil, apresentou a sua empresa, que trata resíduos perigosos e produz combustível 100% reciclado, evitando a emissão de milhares de toneladas de CO2.

Sustentabilidade é pilar estratégico

Na conclusão do evento, Nuno Megre, responsável de sustentabilidade da Generali Tranquilidade, enfatizou a importância crescente que a sustentabilidade assume no desenvolvimento de novos negócios ou no crescimento dos negócios existentes. Este responsável deu como exemplo a Generali Tranquilidade, na qual “a sustentabilidade foi incorporada como um pilar fundamental do novo ciclo estratégico, cujo foco é a excelência”. Segundo Nuno Megre, “o compromisso da empresa envolve não apenas a adoção de práticas sustentáveis, mas também a criação de soluções que promovam a sustentabilidade junto dos clientes e que garantam a resiliência frente às alterações climáticas”, contou.

Este encontro de Heróis da Sustentabilidade permite reafirmar que este tema é mais do que uma responsabilidade ambiental, é também uma estratégia empresarial inteligente, essencial para o futuro da economia global. As PME têm um papel fundamental na construção de um futuro sustentável e eventos como este demonstram o impacto positivo que podem gerar, não apenas em termos ambientais, mas também na competitividade e inovação no mercado.

SME EnterPrize em dez países europeus

O SME EnterPRIZE – Prémio Europeu de Sustentabilidade para PME é uma das grandes iniciativas da Generali Tranquilidade para encorajar as empresas a seguir o caminho da sustentabilidade. Na terceira edição do SME EnterPRIZE, participaram dez países onde o Grupo Generali tem presença estabelecida: Alemanha, Áustria, Chéquia, Croácia, Espanha, Eslovénia, França, Hungria, Itália e Portugal.

Através do SME EnterPRIZE, o Grupo Generali pretende criar uma plata- forma pan-europeia para dar visibilidade às PME sustentáveis, bem como estimular o debate sobre a importância da sustentabilidade para as PME, promovendo investigação sobre o tema. Em Portugal, a Generali Tranquilidade juntou-se ao Correio da Manhã e à Sábado para dar a conhecer as histórias destes Heróis da Sustentabilidade

A sustentabilidade é um pilar do novo ciclo estratégico da Generali, cujo mote é a excelência
Nuno Megre

responsável de sustentabilidade da Generali Tranquilidade

Protagonistas da sustentabilidade

Conheça os projetos das PME nacionais que participaram neste evento e que já foram consagradas como Heróis da Sustentabilidade na iniciativa da Generali Tranquilidade:

Da frigideira para a banheira

A EcoX venceu a terceira edição do SME EnterPRIZE. Surgiu em 2016 em resultado de um projeto científico da Universidade de Coimbra, que desenvolveu uma tecnologia inovadora para transformar óleo alimentar usado em detergentes líquidos sustentáveis. A EcoX desenvolveu e oferece atualmente mais de 100 variantes dos seus produtos de higiene e limpeza.

Bicicletas mais sustentáveis

Com uma história de 75 anos, e situada na zona de Águeda, a Miranda & Irmão venceu a segunda edição do prémio. É uma empresa de referência na produção de componentes sustentáveis para as melhores marcas mundiais de bicicletas. Uma distinção que chega também por intermédio das excelentes práticas ambientais da própria empresa.

Pele para sempre

A Vasconcelos e Companhia é uma empresa familiar do setor dos artigos em pele, nascida em 1961. Com sede em São João da Madeira, ganhou a primeira edição desta iniciativa com o projeto “Leather Goods by Belcinto”. Esta PME está a acabar com o desperdício de matérias-primas e sempre teve uma grande preocupação com a sustentabilidade e com a durabilidade dos seus artigos.

Algas do bem

Sediada em Ílhavo, a ALGAplus foi distinguida com o Prémio em 2022. É uma empresa pioneira na produção biológica integrada de algas para alimentação e outras aplicações. É considerada um exemplo das possibilidades de aliar a economia azul com a economia circular, com um impacto ecológico positivo na Ria de Aveiro.

Fábrica sustentável

Situada no distrito de Braga, a Promecel atua no setor da metalomecânica de precisão. A empresa foi distinguida pelo projeto e construção de uma nova unidade fabril pensada de raiz para maximizar a sustentabilidade da atividade metalomecânica. Esta foi a chave para tornar a operação mais eficiente, ganhar clientes em mercados mais exigentes e melhorar as condições de trabalho dos colaboradores.

Combustíveis com resíduos

Fundada em 2001 para responder à necessidade de tratamento dos resíduos resultantes da lavagem dos navios-tanque que vão a reparar no Estaleiro da Lisnave em Setúbal, a Eco-Oil foi distinguida na terceira edição do SME EnterPRIZE pelo projeto de produzir combustível sustentável a partir dos resíduos oleosos gerados pela operação destes navios.

Moda reciclada

A Valérius 360 está localizada próximo de Vila do Conde, área onde está baseada 89% da indústria têxtil nacional que permitiu estabelecer parcerias com marcas do setor, e foi distinguida na segunda edição. Esta empresa procura resolver o problema do desperdício têxtil, reciclando e dando nova vida ao que não é utilizado na produção têxtil, bem como a vestuário e outros têxteis em fim de vida, criando novas peças e tecidos e evitando que estes desperdícios acabem incinerados ou em aterros.

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