AI critica resposta do Governo mexicano a homicídios

Organismo acusa executivo mexicano de ser negligente.

02 de março de 2016 às 07:50
Amnistia Internacional, acordo, União Europeia, UE, Turquia, refugiados, política Foto: Getty Images
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A falta de progresso nas investigações sobre os 72 migrantes assassinados em San Fernando, em agosto de 2010, é um exemplo da negligente resposta do Governo mexicano à crise de direitos humanos no país, disse esta quarta-feira a Amnistia Internacional.

"O Governo mexicano tem a obrigação de levar a cabo investigações eficientes e de gerar um plano integral de reparação dos danos a estas vítimas e suas famílias, que procuram justiça há mais de cinco anos", afirmou Erika Guevara, diretora para as Américas da organização de defesa dos direitos humanos Aministia internacional (AI), depois de se reunir na terça-feira com familiares das vítimas.

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A 22 de agosto de 2010, 58 homens e 14 mulheres da Guatemala, El Salvador e Brasil foram assassinados por membros do cartel Os Zetas num rancho do município mexicano de San Fernando.

Desde então, as investigações têm sido insuficientes e os familiares continuam a reclamar que lhes seja garantido o direito à verdade, disse a AI num comunicado difundido esta quarta-feira.

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A isto somam-se graves falhas no processo de identificação e entrega dos restos mortais, o que levou os familiares a terem grandes dúvidas e a exigirem a revisão dos casos.

Numa reunião com a Amnistia Internacional, as famílias indicaram obstáculos na busca da justiça e verdade, assim como a falta da devida diligência da Procuradoria-Geral da República na investigação e divulgação da informação aos familiares.

"Considerando as graves falhas nas investigações forenses documentadas no México, não surpreende que as famílias dos 72 migrantes assassinados no massacre de San Fernando tenham de percorrer milhares de quilómetros para exigir a revisão dos seus casos", disse Guevara.

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