Costa pediu esclarecimentos a Juncker sobre tratamento a Barroso
Primeiro-ministro participa na cimeira informal de líderes europeus.
O primeiro-ministro revelou que pediu esta sexta-feira esclarecimentos ao presidente da Comissão Europeia sobre o tratamento que o executivo comunitário decidiu dar ao seu antigo presidente Durão Barroso, tendo Jean Claude Juncker ficado de enviar uma resposta por escrito.
"Eu perguntei ao presidente da Comissão, pedi aliás esclarecimentos, sobre a decisão tomada relativamente ao dr. Durão Barroso comparativamente a outros antigos membros da Comissão que estariam em situações similares, visto que é preciso também assegurar que não há nenhum tratamento discriminatório relativamente a ninguém, independentemente da avaliação que façamos da decisão do dr. Durão Barroso, que é para já uma decisão pessoal", declarou António Costa, à saída de uma cimeira informal de líderes europeus, em Bratislava.
Sublinhando que "é necessário assegurar e garantir que nenhum português é objeto de qualquer tipo de atitude discriminatória", o primeiro-ministro indicou que o presidente da Comissão ficou de enviar "uma resposta por escrito esclarecendo os critérios que determinaram esta decisão diferenciada de outras decisões aplicadas a outras pessoas em aparentes idênticas situações", de retirar privilégios a Durão Barroso.
"Aguardo a explicação por escrito do presidente Juncker. Sei o que ele me disse agora, ele ficou de responder por escrito, aguardarei a resposta", completou.
Questionado sobre se a polémica em torno da ida de José Manuel Durão Barroso para a Goldman Sachs pode afetar a candidatura de António Guterres ao cargo de secretário-geral das Nações Unidas, António Costa rejeitou tais "confusões", afirmando que "não vale a pena misturar uma coisa com a outra", pois "são coisas completamente distintas".
O antigo presidente da Comissão Europeia e do PSD José Manuel Durão Barroso considerou que as recentes posições do executivo comunitário sobre a sua ida para a Goldman Sachs - designadamente a retirada de privilégios como ser recebido como antigo presidente da Comissão e a análise das suas novas funções por um comité de ética - são discriminatórias contra si e contra o banco de investimento, além de inconsistentes.
"Estas alegações não têm fundamento e são absolutamente injustas. São discriminatórias contra mim e contra a Goldman Sachs", sustentou Durão Barroso numa carta enviada esta semana ao atual presidente da Comissão Europeia.
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