Greve na Ryanair cancela 19 voos em Portugal e 230 voos na Europa
Tripulantes de cabine cumprem uma greve europeia.
A greve dos tripulantes de cabine em quatro países da Europa obrigou ao cancelamento de mais de 230 voos até às 13h00, segundo informações recolhidas pelas agências de notícias.
Até às 12h30, a Lusa registou na página da ANA-Aeroportos de Portugal 19 cancelamentos nos aeroportos de Lisboa e do Porto, enquanto a EFE cita o ministério espanhol do Fomento para dar conta de 11 cancelamentos.
Em Itália, o portavoz do sindicato FILT-CGIL, Guido Barcucci, disse à EFE que foram cancelados 134 voos, enquanto na zona de Bruxelas os cancelamentos ascendem a 75.
No âmbito da greve, a Ryanair decidiu cancelar antecipadamente voos, um número que em Espanha deverá chegar aos 400 e na Bélgica e em Portugal 200. Não foram revelados números sobre Itália, país onde a paralisação decorre por 24 horas, enquanto nos outros prolonga-se por 48 horas.
A companhia estimou que os cancelamentos possam envolver até 50 dos mais de 180 voos diários operados de e para Portugal (27%).
O Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil tinha informado à Lusa, às 09:00 de hoje, que cerca de 50% dos voos da Ryanair com partida e chegada aos aeroportos do continente foram cancelados devido à greve.
Em Espanha, o Ministério do Fomento, com informação do operador aeroportuário Aena, referiu que a operação prevista é de 570 voos e que, até às 12h30, a Ryanair garantiu 119 das 130 deslocações previstas.
No contexto de greve e concentrações de funcionários em quatro aeroportos espanhóis não se registou qualquer incidente, acrescentou a tutela.
Em Itália, o sindicalista Guido Barcucci garantiu que o protesto, que junta pilotos e tripulantes, cancelou 134 voos, a maioria nos aeroportos do norte do país.
Na Bélgica, o protesto terá afetado 13 mil passageiros, com o cancelamento de 18 voos no aeroporto nacional de Bruxelas (Zaventem) e 56 voos no aeroporto secundário da capital, Charleroi, a principal base operativa da Ryanair na Bélgica.
A transportadora aérea Ryanair garantiu não ter registado perturbações, além dos voos anteriormente cancelados para 50 mil passageiros, devido à greve de tripulantes de cabine em Portugal, Espanha e Bélgica.
A decisão de partir para a greve foi tomada a 05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.
Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
Numa nota divulgada segunda-feira, em que dava conta da descida em 20% dos seus lucros, no primeiro trimestre fiscal (até 30 junho), para 319 milhões de euros, a Ryanair avisou que as greves "desnecessárias" podem resultar em reduções da operação no inverno (entre outubro e março) e da frota, assim como no número de postos de trabalho.
50% dos voos cancelados em Portugal
Cerca de 50% dos voos da Ryanair com partida e chegada aos aeroportos do continente foram cancelados devido à greve dos tripulantes de cabine, segundo dados do Sindicato do Pessoal de Voo da Aviação Civil às 9h00 desta quarta-feira.
Os tripulantes de cabine da transportadora aérea Ryanair cumprem esta quarta-feira e quinta-feira uma greve europeia para exigirem a aplicação da lei nacional.
"Neste momento temos cerca de 50% de voos cancelados nas três bases de Portugal continental [Faro, Lisboa e Porto] e neste momento em Ponta Delgada [Açores] temos a informação de que um voo irá realizar-se", disse à agência Lusa o sindicalista Bruno Fialho, do Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil (SNPVAC).
De acordo com Bruno Fialho, até às 9h00 foram cancelados cinco voos em Faro, oito no Porto e três em Lisboa.
"Já há também três voos cancelados em Lisboa à tarde", disse.
O sindicalista adiantou também à Lusa que na terça-feira, vários tripulantes de cabine portugueses receberam uma carta da empresa com ameaças.
"Ontem [terça-feira] houve a pior das situações ilegais: Foi uma coação sobre os trabalhadores. Foi enviada uma carta ameaçando os mesmos de que se não fossem voar em dias de folga e que batiam nos dias da greve iriam ser despedidos. Isto em Portugal é crime e não sei o que o Governo português pretende fazer sobre todas as provas que já foram apresentadas da conduta que a Ryanair tem com os trabalhadores portugueses", adiantou.
O sindicalista destacou que a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) tem feito um bom trabalho com os meios que tem.
Por isso, "apelamos ao Governo que é quem tem todos os meios possíveis para solucionar e para terminar com estas situações de abuso, como nestes casos. Há uma ameaça de despedimento caso os trabalhadores façam greve e obriga os tripulantes a trabalhar em dias de folga", disse.
A Ryanair tem estado envolvida, em Portugal, numa polémica desde a greve dos tripulantes de cabine de bases portuguesas por ter recorrido a trabalhadores de outras bases para minimizar o impacto da paralisação, que durou três dias, no início de abril.
O Sindicato Nacional do Pessoal de Voo da Aviação Civil tem denunciado, desde o início da paralisação, que a Ryanair substitui ilegalmente grevistas portugueses, recorrendo a trabalhadores de outras bases.
A empresa admitiu ter recorrido a voluntários e a tripulação estrangeira durante a greve.
Por essa razão, a Autoridade para as Condições de Trabalho (ACT) tem, "desde a semana passada, vindo a acompanhar esta situação e a desenvolver todos os passos necessários para identificar situações que possam, eventualmente, ferir a legalidade do nosso quadro constitucional do direito à greve", acrescentou.
No domingo, a ACT anunciou ter desencadeado uma inspeção na Ryanair em Portugal para avaliar as irregularidades apontadas pelo SNPVAC.
A decisão de partir para a greve foi tomada a 05 de julho numa reunião, em Bruxelas, entre vários sindicatos europeus para exigirem que a companhia de baixo custo aplique as leis nacionais laborais e não as do seu país de origem, a Irlanda.
Com a greve, os trabalhadores querem exigir que a transportadora irlandesa aplique a legislação nacional, nomeadamente em termos de gozo da licença de parentalidade, garantia de ordenado mínimo e que retire processos disciplinares por motivo de baixas médicas ou vendas a bordo dos aviões abaixo das metas definidas pela empresa.
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