Ministro diz que encerramento de hangar dos Kamov foi "na defesa do interesse público"

Decisão da Proteção Civil foi justificada com movimentação de material não identificado durante manutenção.

29 de março de 2018 às 13:53
Helicóptero Kamov Foto: Rui Miguel Pedrosa
Helicóptero Kamov Foto: Rui Miguel Pedrosa
Helicóptero Kamov Foto: Rui Miguel Pedrosa
Helicóptero Kamov Foto: Rui Miguel Pedrosa

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O ministro da Administração Interna disse esta quinta-feira que foi "na defesa do interesse público e nacional" que a Proteção Civil encerrou as instalações onde os helicópteros Kamov estavam a ser reparados, em Ponte de Sor, distrito de Portalegre.

"O importante é a defesa do interesse público e do interesse nacional. A autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) salvaguarda o interesse nacional naquilo que é a defesa da operacionalidade e de uma relação contratual com entidades privadas (...). Na salvaguarda do cumprimento de uma relação contratual. Não vou falar aqui daquilo que é uma relação com uma entidade privada. Cabe à Autoridade Nacional de Proteção Civil defender o interesse público", explicou Eduardo Cabrita aos jornalistas, em Lisboa.

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A ANPC confirmou na quarta-feira que o hangar da frota de helicópteros Kamov foi encerrado, justificando a decisão com a movimentação de material sem ter sido identificado, sem autorização, por parte da Heliavionics (subcontratada da Everjets, S.A.), acrescentando que aguardava esclarecimentos da Everjets.

Cerca de uma hora antes, a empresa que opera estes helicópteros em Portugal, ao abrigo de um contrato celebrado com o Estado, anunciou, em comunicado, que a ANPC "selou as instalações" e expulsou as equipas que procediam à manutenção de três helicópteros Kamov, avisando que prontidão destas aeronaves fica "seriamente" comprometida.

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"A Autoridade Nacional de Proteção Civil avaliará no quadro da relação com a entidade privada, que faz a sua gestão da manutenção, e que está, aliás, em reiterado incumprimento. A Autoridade Nacional de Proteção Civil está a avaliar as consequências desse incumprimento, já aplicou aliás penalidades a essa empresa privada. Cabe-nos defender o interesse público", sublinhou o ministro.

A 13 de fevereiro deste ano, em resposta enviada à agência Lusa, o Ministério da Administração Interna disse esperar que os três helicópteros Kamov estivessem operacionais a tempo de integrar o dispositivo de combate a incêndios florestais deste ano.

Perante esta situação, e questionado sobre a possibilidade de os três Kamov não estarem operacionais a 15 de maio - altura em que tem início a época de incêndios -, Eduardo Cabrita deixou uma garantia.

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"Nós teremos, este ano, o melhor quadro de defesa do país com meios aéreos que já alguma vez tivemos: porque vamos ter ao longo de todo ano, o que nunca aconteceu, uma resposta, quer em helicópteros, quer em aviões, que estarão à disposição do país todo o ano", afirmou o governante.

O ministro da Administração Interna falou à margem de uma ação de sensibilização promovida pela PSP nas vertentes de segurança dirigida aos turistas e da prevenção da sinistralidade rodoviária, que incluiu o acompanhamento de uma ação de patrulha mista luso-espanhola, entre os Restauradores e o Rossio, em Lisboa, onde contactou com polícias nacionais e espanhóis.

No comunicado enviado à Lusa, na quarta-feira, a Everjets referia que a ANPC encerrou e selou as instalações [na terça-feira] onde estão guardados os helicópteros Kamov, expulsando dos hangares as equipas russas que procediam à manutenção das aeronaves, que estavam a ser reparados para operarem no início da campanha de combate aos fogos, a partir de 15 de maio.

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"A Everjets, a empresa que opera os Kamov em Portugal por força do contrato celebrado com o Estado, e que pretendia cumprir o planeamento de manutenção, vê-se assim impossibilitada de cumprir os objetivos e garantir a prontidão das aeronaves, que fica seriamente comprometida", alertou a empresa.

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