Guiné-Bissau protagoniza 10.º golpe de Estado no continente africano em cinco anos
Grupo de militares anunciou quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau.
O golpe de Estado na Guiné-Bissau, que ocorreu na quarta-feira, foi o 10.º no continente africano desde 2020.
Os Governos da Guiné-Conacri, do Sudão, do Níger, do Gabão e de Madagáscar sofreram um golpe de Estado nos últimos cinco anos, enquanto os do Mali e do Burkina Faso tiveram esse desfecho por duas vezes.
18 de agosto de 2020: O Presidente do Mali, Ibrahim Boubacar Keita, é deposto por um movimento de cinco coronéis. Um oficial na reforma é nomeado Presidente de transição e é formado um novo Governo.
24 de maio de 2021: Os militares malianos detêm o Presidente de transição e o primeiro-ministro. O líder, Assimi Goïta, é investido como novo Presidente de transição.
Depois de se comprometerem a devolver o poder aos civis através das urnas em fevereiro de 2024, os militares adiam a eleição presidencial para uma data indeterminada, dizendo que o país, afetado pela violência 'jihadista', ainda não está estabilizado.
O Presidente Goïta promulga, em julho de 2025, uma lei que lhe concede um mandato de cinco anos, renovável, sem eleições.
5 de setembro de 2021: O Presidente da Guiné-Conacri, Alpha Condé, é deposto por um golpe militar, sendo que a 01 de outubro do mesmo ano, Mamadi Doumbouya torna-se Presidente e promete inicialmente devolver o poder a civis.
Mamadi Doumbiuya apresentou recentemente a candidatura à eleição presidencial prevista para 28 de dezembro, destinada a restaurar a ordem constitucional.
25 de outubro de 2021: Os militares liderados por Abdel Fattah al-Burhane afastam os dirigentes civis da transição sudanesa que deveriam conduzir o Sudão à democracia após 30 anos de ditadura de Omar al-Bashir, deposto em 2019.
Desde 15 de abril de 2023, uma guerra motivada por uma luta pelo poder entre al-Burhane e o seu antigo adjunto Mohamed Hamdane Daglo, chefe das forças paramilitares das Forças e Apoio Rápido, devasta o país.
O conflito já causou dezenas de milhares de mortos, milhões de deslocados e provocou a "pior crise humanitário do mundo", segundo as Nações Unidas.
24 de janeiro de 2022: O Presidente do Burkina Faso, Roch Marc Christian Kanoré, é afastado do poder por militares, e Paul-Henri Sandaogo Damiba é investido Presidente em fevereiro.
30 de setembro de 2022: Damiba é deposto por militares, e Ibrahim Traoré torna-se Presidente de transição, prometendo inicialmente devolver o poder aos civis.
Em maio de 2024, a junta autoriza-o a permanecer mais cinco anos à frente deste país.
26 de julho de 2023: Os militares do Níger derrubam o Presidente Mohamed Bazoum e Abdourahamane Tiani torna-se o novo homem forte do país. A junta prolonga a sua transição por mais cinco anos, em março de 2025.
30 de agosto de 2023: No Gabão, governado pela família Bongo há mais de 55 anos, os militares depõem Ali Bongo Ondimba, que dirigia o país há 14 anos, menos de uma hora depois da proclamação da sua reeleição num escrutínio contestado.
Brice Oligui Nguema é investido Presidente de transição e, em abril de 2025, é eleito Presidente com 94,85% dos votos - toma posse sob a nova Constituição aprovada por referendo durante a transição.
14 de outubro de 2025: Em Madagáscar, uma unidade militar junta-se ao movimento de contestação iniciado pelos jovens da geração Z, que sacode a ilha, e depõe o Presidente Andry Rajoelina e Michaël Randrianirina é investido Presidente e promete eleições dentro de 18 a 24 meses.
26 de novembro de 2025: Um grupo de militares anunciou na quarta-feira ter tomado o poder na Guiné-Bissau, antecipando-se à divulgação dos resultados das eleições gerais de 23 de novembro.
Os militares prendem o Presidente, Umaro Sissoco Embalo, e hoje o general Horta Inta-A foi empossado Presidente de transição do país.
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