Pelo menos 18 mortos em naufrágio na Turquia
Guarda Costeira conseguiu resgatar com vida 15 migrantes.
Pelo menos 18 migrantes morreram este domingo num naufrágio de uma embarcação ao largo da costa da Turquia, indicou a agência noticiosa turca Anatólia.
A Guarda Costeira turca, acrescenta a agência, conseguiu resgatar com vida outros 15 migrantes que se encontravam a bordo da embarcação, que tinha como destino a Grécia, ao largo da estância balnear de Didim, no sudoeste da Turquia.
A tragédia aconteceu na véspera de uma importante cimeira entre a Turquia e a União Europeia que vai ter lugar em Bruxelas. A União Europeia deverá pressionar a Turquia no sentido de controlar a crise migratória que põe em risco a sua unidade.
O fluxo de migrantes entre a Turquia e a União Europeia "continua a ser demasiado elevado", disse, na quinta-feira, o presidente do Conselho europeu Donald Tusk, à saída de um encontro com o primeiro-ministro turco Ahmet Davutoglu, na capital turca, Ancara.
Turquia condiciona devolução de refugiados
A Turquia está disposta a aceitar a devolução dos migrantes chegados à Europa através do país sem direito a asilo, mas condiciona-a ao levantamento da obrigação de vistos aos turcos que queiram deslocar-se à União Europeia (UE).
A imposição foi anunciada este domingo pelo primeiro-ministro turco, Ahmet Davutoglu, que apresentará segunda-feira a proposta na cimeira com a UE, em Bruxelas. O encontro em Bruxelas destina-se a analisar a proposta dos "28", que prevê que a Turquia se comprometa a readmitir migrantes "económicos" que não estão a fugir de zonas em conflito.
Davutoglu já se comprometera no passado a aceitar de volta todos os emigrantes não sírios que chegaram à Grécia através da costa turca e, terça-feira passada, recebeu um contingente de 380 pessoas procedentes de países do norte de África.
No início da semana passada, o ministro para os Assuntos da União Europeia da Governo turco, Volkan Bozkir, referiu que o acordo de readmissão não inclui nem iraquianos nem sírios, que Ancara estima em cerca de 2,5 milhões. Bozkir, contudo, condicionou o acordo à liberalização dos vistos aos cidadãos turcos que queiram viajar para a Europa comunitária.
"A UE deveria eliminar os vistos em outubro ou novembro. Se o acordo de readmissão se aplica e o fim dos vistos não acontecer nessa altura, teremos o direito de anular o pacto", advertiu o ministro turco.
A questão dos vistos, bem como a do desbloqueamento das negociações de adesão à UE, são alguns dos itens que integram o acordo entre Bruxelas e Ancara, que prevê também a concessão de 3.000 milhões de euros à Turquia para garantir assistência aos refugiados.
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