A edição de hoje
UE admite duplicar para 6 mil milhões a ajuda à Turquia.
Desesperada para travar o fluxo migratório, a União Europeia admitiu ontem duplicar para 6 mil milhões de euros a ajuda a Ancara, acabar com os vistos para cidadãos turcos entrarem na Europa e acelerar as negociações de adesão da Turquia, as principais exigências feitas pelo governo turco para ajudar a estancar a maré humana que ameaça deitar por terra o Espaço Schengen e o próprio projeto europeu.
Reunidos de emergência em Bruxelas, os chefes de governo dos 28 pediram ontem à noite mais tempo para discutir um conjunto de propostas "ambiciosas" feitas pelo primeiro- -ministro turco Ahmet Davutoglu, cujas contrapartidas iam muito mais além do que era inicialmente esperado. A decisão final deverá ser conhecida nos próximos dias.
Ancara propôs aceitar todos os refugiados - incluindo sírios - que se acumulam nas ilhas gregas, bem como todos aqueles que ali chegarem nos próximos meses ou forem intercetados no Mediterrâneo, e enviar legalmente para a Europa um refugiado sírio por cada migrante que acolher. Em troca, a Turquia exige mais dinheiro - 6 mil milhões de euros em vez dos 3 mil milhões inicialmente prometidos -, além da suspensão, já em junho, da necessidade de visto para os cidadãos turcos entrarem no espaço europeu e da aceleração das negociações com vista à adesão do país à UE.
Davutoglu frisou, à entrada para as negociações, que a Turquia "está preparada para reforçar a sua colaboração com a UE e está também preparada para fazer parte da UE", deixando bem claro que Ancara estava disposta a retirar o máximo de concessões possível de uma Europa desesperada.
A verdade é que a proposta de acordo que estava ontem em cima de mesa refletia praticamente todas as exigências feitas por Ancara, o que não terá agradado a alguns Estados-membros.
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