Mota Amaral diz que Balsemão foi alvo do "mais intenso" combate 'ad hominem' no PSD

Decorreu esta quinta-feira a sessão de homenagem pelos 40 anos do VII Governo Constitucional.

02 de setembro de 2021 às 20:32
Homenagem a Francisco Pinto Balsemão Foto: ANTÓNIO PEDRO SANTOS/LUSA
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O antigo presidente da Assembleia da República Mota Amaral afirmou esta quinta-feira que Francisco Pinto Balsemão foi vítima do "mais intenso e menos fundamentado" ataque 'ad hominem' e de "traições mesquinhas" dentro do partido que fundou, o PSD.

A sessão de homenagem ao primeiro executivo liderado por Pinto Balsemão, promovida pelo primeiro-ministro, António Costa, abriu com um discurso de Mota Amaral, fundador do PSD, antigo presidente do Governo Regional dos Açores (1976/1995) e da Assembleia da República (2002/2005).

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O antigo deputado elencou as várias dificuldades do VII e VIII Governo Constitucional, como os "ataques extremados" dos adversários políticos ou as dificuldades financeiras. "Mas a maior dificuldade à normal governação vinha de dentro das próprias fileiras da AD e do PSD.

Francisco Pinto Balsemão defrontou-se com uma permanente contestação de grupos organizados, comprovadamente minoritários, mas nem por isso desistindo de o desacreditar perante a opinião pública", criticou.

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"Foi, sem dúvida, o mais intenso e menos fundamentado combate 'ad hominem' vivido entre nós na vigência da nossa democracia", acrescentou. O antigo deputado considerou "admirável" que Balsemão tenha tido capacidade para liderar dois Governos, mesmo quando era "vítima de inqualificáveis procedimentos de colaboradores próximos, por ele próprio qualificados como traiçoeiros".

"Como sempre acontece com políticos que o são verdadeiramente, Francisco Pinto Balsemão se retirou da política, porque os políticos nunca se reformam", considerou, elogiando que tenha alcançado O "merecido estatuto" de senador.

Para Mota Amaral, o homenageado está hoje em condições de "compreender a dimensão trágica da ação política, os confrontos pessoais, os belos ideais frustrados, os desgostos, as traições mesquinhas". "Mas é esta dura carga que tempera a virtude e enriquece a vida de quem à política com 'P' grande se devota. Quem se fica pelos aspetos lúdicos que a ação política também contém e se limita a contabilizar vitórias não percebe nada disso", defendeu o antigo presidente do parlamento.

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