MP está a investigar alegada rede de rapto de crianças ligada à IURD

Denunciados casos de crianças que seriam retiradas às famílias levadas para o estrangeiro.

11 de dezembro de 2017 às 17:14
IURD acusada de gerir rede internacional de tráfico de crianças Foto: Vítor Mota
IURD acusada de gerir rede internacional de tráfico de crianças Foto: Vítor Mota
IURD acusada de gerir rede internacional de tráfico de crianças Foto: Vítor Mota
Edir Macedo, líder da IURD Foto: Direitos Reservados
Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, iurd
Edir Macedo, líder da Igreja Universal do Reino de Deus, iurd Foto: Getty Images

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O Ministério Público abriu um inquérito sobre uma alegada rede de adoções ilegais de crianças portuguesas ligadas à Igreja Universal do Reino de Deus (IURD), revelou esta segunda-feira à Lusa a Procuradoria-Geral da República.

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"Existe um inquérito relacionado com essa matéria, tendo o mesmo sido remetido ao DIAP [Departamento de Investigação e Ação Penal de Lisboa] para investigação", adiantou a Procuradoria-Geral da República numa resposta enviada à Lusa.

Uma investigação da TVI hoje divulgada revela que Edir Macedo, líder máximo da IURD, está envolvido numa rede internacional de adoções ilegais de crianças e que os seus próprios "netos" são crianças roubadas de um lar em Portugal.

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Segundo a reportagem "O Segredo dos Deuses", que começa hoje a ser transmitida na TVI, a Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) tinha, na década de 90, um lar ilegal de crianças, em Lisboa, de onde foram levados vários menores, à revelia das suas mães.

As crianças eram entregues diretamente no lar, à margem dos tribunais, por famílias em dificuldades e acabavam no estrangeiro, adotadas por bispos e pastores da igreja de forma irregular e sem direito de contraditório às famílias, adianta a investigação das jornalistas Alexandra Borges e Judite França.

A TVI descobriu que Edir Macedo "está envolvido nesta rede internacional de adoções ilegais de crianças, e que os seus próprios 'netos' são crianças roubadas do Lar Universal, uma instituição que à época fazia parte da obra social da igreja".

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Segundo um comunicado da TVI relativo à investigação, "um importante membro desta rede chegou mesmo a roubar um recém-nascido à mãe na maternidade e registá-lo diretamente como seu filho biológico".

"Isto aconteceu debaixo dos nossos olhos e retrata o esquema que estava montado num lar ilegal", disse o diretor de informação da TVI, Sérgio Figueiredo, no final da apresentação da reportagem à imprensa.

A situação "atinge a cúpula da IURD", adiantou, sublinhando que "as crianças foram levadas sem que os tribunais ouvissem as famílias das crianças".

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"O Estado não esteve completamente bem aqui, mas nunca é tarde para repor a verdade"", disse Sérgio Figueiredo.

O lar abriu em 1994 em Lisboa e foi legalizado em 2001. A IURD acabou por encerrá-lo em 2011, alegando como motivo a crise.

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