Presidente venezuelano quer "reverter" queda dos preços do petróleo
Nicolás Maduro diz ser urgente gerar novas fontes de dinheiro.
O Presidente venezuelano, Nicolás Maduro, defendeu esta terça-feira a necessidade de "reverter" o preço do petróleo, que caiu para 24 dólares por barril naquele país, considerando urgente gerar novas fontes de divisas (dólares).
"Pela primeira vez em 12 anos, o petróleo venezuelano chegou (caiu para) aos 24 dólares por barril, o nível mais baixo em quase década e meia, consequência (devido à) da guerra do petróleo, que há que reverter", sustentou.
Nicolás Maduro falava para centenas de trabalhadores da empresa estatal Petróleos de Venezuela SA (Pdvsa), que esta terça-feira se concentraram junto ao palácio presidencial de Miraflores, em Caracas, em apoio ao novo contrato coletivo de trabalho do setor, ato que foi transmitido em simultâneo e de forma obrigatória pelas rádios e televisões do país.
"Dei ordens ao ministro Eulógio del Pino para reativar todas as negociações com a Organização de Países Exportadores de Petróleo (OPEP), para que detenhamos esta guerra de preços e recuperemos o mercado do petróleo", sublinhou.
Críticas ao "império norte-americano"
Segundo Nicolás Maduro, "o império (norte-americano) aposta em 'quebrar' (fazer falir) a OPEP e conseguiu estes preços para tratar de afogar os países independentes que produzem petróleo e que estão decididos a ser independentes e soberanos".
"Há que fazer um grande esforço de captação de recursos e novas fontes de recursos, um grande esforço para gerar novas fontes em 'divisas' (moeda estrangeira)", disse, denunciando de imediato que a oposição pretende privatizar a Pdvsa.
"A preparar-se para defender a Constituição, a revolução e a soberania integral do país. A preparar-se, a unir-se, a organizar-se cada vez mais, a melhorar os processos", disse, sublinhando que, perante a "tempestade económica" que afeta o país, é vital manter o processo revolucionário e não entregar o poder à burguesia.
Durante a intervenção, Nicolás Maduro criticou que os venezuelanos tivessem votado maioritariamente na oposição nas passadas eleições parlamentares de 6 de dezembro de 2015, quando ele tinha pedido o apoio do país para que os socialistas fossem maioria na Assembleia Nacional (AN).
"Parte do povo não me ouviu. Aí estão os resultados. A AN, em poucos dias, criou um enredo para o país. Eles pensaram que iam chegar e dar um golpe de Estado", argumentou.
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