Sérgio Conceição, o comandante dos campeões nacionais
Conheça o percurso do homem que treina a equipa do FC Porto.
Sérgio Conceição assume aposta pessoal e ganha campeonato português pelo FC Porto.
Há um ano, o treinador de 43 anos, aceitou um projeto pessoal muito forte, ao sair do Nantes para ir treinar a equipa de futebol do FC Porto, implicando perder dinheiro e arriscar a boa imagem deixada em França.
No entanto, Sérgio cumpriu a meta, projetando-se como um técnico francamente cobiçado por grandes emblemas da Europa, ao mesmo tempo que é já um dos símbolos dos 'dragões' - é o terceiro português a sagrar-se campeão como jogador e treinador no clube, sucedendo a nomes como José Maria Pedroto e António Oliveira e Augusto Inácio.
Em França, deixou o Nantes no sétimo lugar, magnífico para as ambições do clube, e prescindiu de quatro milhões de euros por ano, para ir para o clube do coração por um pouco menos de metade, mais prémio por objetivos.
Neste momento, recebe mais um milhão e vê o seu nome entrar nas listas de prováveis de clubes como o Inter Milão.
Na formação, foi jogador da Académica e do FC Porto e nunca escondeu a sua afeição pelo clube 'azul e branco' por quem tinha sido três vezes campeão (1996/97, 1997/98 e 2003/04). O FC Porto foi o único clube da I Liga que representou em Portugal.
Quando chegou a sénior, andou por Penafiel, Leça e Felgueiras e após o seu bicampeonato esteve cinco épocas e meia em Itália, ao serviço de Lazio (por quem foi campeão), Parma e Inter. Em 2004, voltou a emigrar e defendeu as cores de Standard Liège, Qadsia (Kuwait) e PAOK, já em final de carreira.
Em 2010, deu um novo passo de volta ao Standard, enquanto adjunto de Dominique D'Onofrio. Depois, foi ganhando experiência e prestígio no banco de Olhanense, Académica, Sporting de Braga e Vitória de Guimarães.
Pinto da Costa ia seguindo o percurso do jovem treinador, com quem simpatizava desde os tempos de jogador, não ficando impressionado com a aura de frontalidade, na fronteira da dureza, de Sérgio, que já tinha entrado em choque com os presidentes da Académica e do Sporting de Braga.
A mudança esteve para acontecer há duas épocas, para render Peseiro, no entanto acabou por ser Nuno Espírito Santo a fazer a nova época, mas também ele viu o Benfica ser campeão.
Sérgio Conceição herdou, em junho passado, a dura missão de recolocar o FC Porto num patamar de sucesso e travar o 'penta' do Benfica. Não foi fácil, ao longo da época viu Sporting e Benfica andarem pela liderança, mas no final quem ri é mesmo ele.
A época tem nota absolutamente positiva, apesar de não agregar mais nenhum troféu. Só que deixa boa imagem na Liga dos Campeões (caiu ante o Liverpool, que é finalista), na Taça (afastado pelo finalista Sporting) e até na Taça da Liga (perdeu com os 'leões', que viriam a ser campeões).
Quase um ano depois de estar à frente do FC Porto, foi ganhando estatuto de ídolo entre a massa dos adeptos, encantado com o seu estilo frontal, sem permitir desvios disciplinares, mas também sem rancores.
Isso viu-se na forma como afastou da equipa, para depois os chamar de novo, sem mais tensões, nomes como Tiquinho Soares ou Iker Casillas. Sem subterfúgios, assumiu que o guarda-redes que foi campeão do mundo não estava a treinar o suficiente e enviou-o para o banco - mas depois voltou a dar-lhe a titularidade e o estatuto de peça fundamental no final do campeonato.
Sem grandes reforços ao seu dispor, Sérgio Conceição teve o condão, isso sim, de potencializar os jogadores que já estavam, ou emprestados, como Aboubakar, Marega, Ricardo Pereira, Alex Telles ou Herrera.
Arriscou e ganhou, numa época que fica ao nível do melhor de sempre do clube, tanto em termos de golos marcados como de pontos alcançados. É preciso recuar até José Mourinho para ver números tão positivos.
A 'saga' pode não acabar aqui, já que tem mais um ano de contrato. As próximas semanas serão essenciais, para ver se Pinto da Costa consegue segurar a sua nova 'jóia da coroa' ou cede a uma proposta milionária e irrecusável.
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