Sócrates refuta perigo de fuga
Ex-primeiro-ministro diz que MP avançou "sem provas".
O ex-primeiro-ministro José Sócrates, detido em Évora há mais de dois meses, refutou esta terça-feira o perigo de fuga que o Ministério Público (MP) fundamentou para a prisão preventiva, que considerou "abusiva, despropositada e ilegal".
Em resposta a perguntas formuladas pela estação televisiva SIC, o ex-primeiro-ministro disse que "a insistência nesse absurdo 'perigo de fuga' mostra bem o espírito da investigação". "Nunca fugi de nenhuma dificuldade, sempre as enfrentei", afirmou, acusando o MP de ter avançado "sem provas ou sem que tenha fortes indícios de crimes".
"Intenção persecutória"
José Sócrates pediu ao MP que diga quais são "os crimes concretos" que lhe são imputados e sublinhou a "intenção persecutória" do processo que lhe moveram.
O preso 44 no Estabelecimento Prisional de Évora condena "as constantes violações do segredo de justiça" e frisou que neste processo "a única prova é a prisão". Esta foi a sexta vez que Sócrates prestou declarações sobre o processo judicial em que está envolvido, conjuntamente com outros arguidos.
Indiciado de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, José Sócrates foi detido a 21 de novembro, no aeroporto de Lisboa, proveniente de Paris. Desde dia 25 do mesmo mês que o ex-primeiro-ministro está em prisão preventiva no Estabelecimento Prisional de Évora, da qual recorreu para o Tribunal da Relação de Lisboa.
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