Portugueses retirados de Israel já estão em Lisboa. Há três lusodescendentes desaparecidos
MNE não quis comentar a possibilidade dos desaparecidos terem sido feitos reféns pelo Hamas.
O voo com um primeiro grupo de portugueses que quiseram sair de Israel, proveniente de Larnaca, no Chipre, acaba de chegar ao aeródromo de Figo Maduro, em Lisboa, segundo o Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE), João Gomes Cravinho. Os militares e o C130 regressam esta madrugada a Portugal, com mais quatro civis repatriados a bordo
Após as declarações do ministro, que confirmou estarem desaparecidos quatro lusodescendentes em Israel, a SIC Notícias confirmou que uma das luso-israelitas desaparecidas foi encontrada morta.
O número de desaparecidos passa a ser de três e a investigação mantém-se ao cargo das autoridades de Israel tendo em conta que as vítimas são luso-israelitas.
Quando questionado sobre a possibilidade dos desaparecidos terem sido feito reféns pelo Hamas, Cravinho recusou-se a fazer apreciações. "Não quero especular a possibilidade", disse.
A agência Associated Press (AP) noticiou na terça-feira que uma portuguesa de 25 anos que estudava em Telavive e que tinha sido dada como desaparecida, após o ataque do Hamas, foi encontrada morta. Rotem Neumann estava desaparecida há pelo menos três dias quando o seu corpo foi encontrado.
"Estendemos as nossas profundas condolências pela morte da [Rotem]", referiu Cravinho.
Esta jovem com nacionalidade portuguesa estava no festival Teva, evento de música perto da fronteira com Gaza que foi invadido por militantes na madrugada de sábado.
Na terça-feira, o MNE adiantou que "a operação portuguesa de repatriamento estava em curso, tendo a aeronave C-130 da Força Aérea Portuguesa transportado cerca de 80 pessoas de Telavive para Larnaca.
Esta operação de repatriamento foi operacionalizada pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros (MNE) e pelo Ministério da Defesa Nacional, tinha explicado o MNE anteriormente em comunicado, onde apontava para 152 portugueses preparados para saírem de Israel.
O ministro João Gomes Cravinho alertou que "as complexas condições de operação em território israelita, podiam obrigar a alterações nos planos de voo".
Segundo o MNE, há registo de duas mil portugueses em Israel, sendo que "a grande maioria vive lá, tem dupla nacionalidade e não tem manifestado interesse" em viajar para Portugal.
O grupo islâmico Hamas lançou no sábado um ataque surpresa contra o território israelita, sob o nome de operação "Tempestade al-Aqsa", com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados por terra, mar e ar.
Em resposta ao ataque surpresa, Israel bombardeou a partir do ar várias instalações do Hamas na Faixa de Gaza, numa operação que batizou como "Espadas de Ferro".
O conflito armado já causou centenas de mortos de ambos os lados e milhares de feridos.
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