Bento XVI foi Papa durante oito anos.
O Papa Emérito Bento XVI, que morreu este sábado, aos 95 anos, teve um pontificado conturbado de quase oito anos, desde que foi eleito em 19 de abril de 2005 até 28 de fevereiro de 2013, quando resignou ao cargo.
Algumas datas que marcaram o pontificado:
2006
- 12 de setembro: Bento XVI irrita os muçulmanos de todo o mundo ao citar um imperador bizantino, ligando o Islão à violência, numa palestra na Universidade de Regensburg, Alemanha, onde anteriormente havia ensinado teologia.
A leitura provocou dias de protestos, por vezes violentos, em países muçulmanos, levando o pontífice a dizer que "lamentava profundamente" qualquer ofensa, e atribuindo o episódio a "um lamentável mal-entendido".
- 30 de novembro: O Papa encontra-se com muçulmanos durante uma visita à Turquia, assumindo uma atitude de oração frente à Mesquita Azul de Istambul.
2007
- 09 a 13 de maio: Visita o Brasil, por ocasião da V Conferência Geral do Episcopado da América Latina e das Caraíbas.
2008
- 19 de julho: Bento XVI adota uma atitude de defesa das vítimas de abuso sexual por parte do clero, ao emitir um pedido de desculpas histórico, durante uma visita à Austrália, em que se encontrou com quatro vítimas. Em abril, o Papa já se encontrara com vítimas de abuso sexual durante uma visita aos EUA.
2009
- 24 de janeiro: Bento XVI levanta a excomunhão a bispos tradicionalistas radicais, incluindo Richard Williamson, que alegaram nunca terem existido câmaras de gás nazis e que os nazis mataram mais de 300.000 judeus - não seis milhões.
Críticas de grupos judeus, da chanceler alemã, Angela Merkel, e de forças no interior da própria Igreja, levaram o Vaticano a exigir que Williamson, "inequivocamente e publicamente", mudasse os seus pontos de vista antes de poder ser completamente readmitido no seio da Igreja Católica.
- 17 de março: O pontífice diz que distribuir preservativos para combater a sida poderia ser um modo de "agravar o problema", no âmbito de uma visita a África, o continente mais atingido pela doença. Visita Camarões e Angola.
- 15 de maio: Conclui uma visita à Terra Santa, durante a qual visita Israel, Jordânia e os territórios palestinianos, apelando para uma solução de dois estados, para pôr fim às guerras no Médio Oriente e ao "terrorismo", apelidando ainda o holocausto de "extermínio brutal".
2010
- 20 de março: Bento XVI escreve uma carta pastoral dirigida aos católicos irlandeses, expressando "vergonha" e "remorso" pela pedofilia de padres na Igreja Irlandesa.
À crise da Igreja Católica na Irlanda, que surgiu em novembro de 2009, seguiu-se uma avalancha de escândalos similares na Europa e nos Estados Unidos da América.
- 11 a 13 de maio: Visita Portugal, no 10.º aniversário da beatificação de Jacinta e Francisco, pastorinhos de Fátima. Bento XVI passa por Lisboa, Fátima e Porto.
Ainda no avião papal que o transportou para Lisboa, e referindo-se aos escândalos de pedofilia envolvendo membros do clero, disse que "a maior perseguição à Igreja" não vem de "inimigos de fora, mas nasce do pecado da Igreja".
2011
- 01 de maio: Bento XVI reconhece o estatuto de "beato" ao seu antecessor, João Paulo II, em frente a um milhão de pessoas, numa cerimónia que colocou o último Papa a um passo da santidade.
- 18 de maio: O Papa apela aos católicos do mundo para rezarem para que os bispos chineses recusem separar-se de Roma, na sequência de "pressões" das autoridades da China.
2012
- 15 de setembro: Durante uma visita ao Líbano, o Papa insta cristãos e muçulmanos a criarem uma sociedade harmoniosa e pluralista, em que a dignidade de cada pessoa seja respeitada e o direito de viver a religião em paz seja garantido.
- 22 de dezembro: Bento XVI perdoa e liberta o seu ex-mordomo, mas expulsa-o do Vaticano, 12 meses depois de Paolo Gabriele revelar segredos papais e documentos revelando alegados escândalos com fraudes no Vaticano.
O caso ficou conhecido como "Vatileaks".
2013
- 11 de fevereiro: Bento XVI anuncia a resignação ao cargo a partir de 28 de fevereiro.
- 28 de fevereiro: Bento XVI despede-se dos fiéis na varanda da residência papal de Castel Gandolfo, afirmando que "deixará de ser papa, mas será um peregrino".
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