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Acusação pede prisão para cunhado do Rei de Espanha

No caso Nóos, Iñaki Urdangarin, cunhado do rei de Espanha Felipe VI, tem de pagar também multa de 3,5 milhões de euros.

09 de dezembro de 2014 às 14:26

O procurador anticorrupção espanhol Pedro Horrach pediu esta terça-feira 19 anos e seis meses de prisão para Iñaki Urdangarin, cunhado do rei de Espanha Felipe VI, no âmbito do caso Nóos. Horrach exigiu ainda o pagamento de 3,5 milhões de euros pelo desvio de fundos públicos em vários alegados delitos de corrupção, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

No documento oficial, de 576 páginas, que esta terça-feira entregou ao juiz José Castro, o procurador solicitou que sejam julgadas, no caso Nóos, 14 pessoas. Além dos dois principais sócios do instituto Nóos, Urdangarin e Diego Torres, a lista inclui a mulher de Torres, Ana Maria Tejeiro, responsável pelos recursos humanos, e um irmão de Ana Maria, Marco António Tejeiro, que foi contabilista.

Para Urdangarin são pedidos seis anos de prisão por desfalque, prevaricação e falsidade em documentos públicos e comerciais, dois por fraude, três e meio por burla, seis por delitos contra as Finanças espanholas e dois por branqueamento. Além do pagamento da multa, o procurador pediu 15 anos de inabilitação absoluta e oito de inabilitação especial para emprego ou cargo público, bem como seis anos de impossibilidade de obtenção de subsídios ou ajudas públicas e do direito de usufruir de benefícios ou incentivos fiscais ou da segurança social.

Contextualização do caso

Horrach considerou que Urdangarin e Torres conseguiram que fossem adjudicadas ao instituto Nóos "importantes somas" de dinheiro proveniente de fundos públicos, ultrapassando, ilicitamente, a aplicação da Lei de Contratos da administração pública espanhola, mediante o recurso fraudulento a convénios de colaboração.

Se a autoria intelectual dos projetos cabe a Torres, o procurador atribuiu a Urdangarin a vertente institucional e comercial e o aspeto desportivo de algumas iniciativas, já que era "a figura ideal para conseguir clientes e aumentar notoriamente os honorários".

Depois, o dinheiro era desviado para empresas de que eram proprietários, com faturas de serviços fictícios que, por vezes, duplicavam, até um total de 5,8 milhões de euros, entre 2004 e 2007. Torres conseguiu 2,6 milhões de lucros e Urdangarin 1,8, de acordo com os cálculos de Horrach.

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