Pedro Pires acrdita que a solução "tem de ser interna" e que "é preciso criar as melhores condições para incentivar o diálogo".
O antigo Presidente cabo-verdiano Pedro Pires defendeu esta quinta-feira que a crise na Guiné-Bissau só pode ser resolvida internamente, começando pela libertação dos detidos e criação de condições para um diálogo entre instituições e sociedade.
"Não quero trazer mais polémica, mas o golpe [de Estado] na Guiné-Bissau é algo esquisito. A questão que se coloca é: como sair deste imbróglio? Não se trata de o caracterizar ou condenar. Do meu ponto de vista, a saída passa, primeiro, pela libertação de todos os presos políticos", afirmou Pedro Pires, à margem de um evento na cidade da Praia.
"Aqueles que detêm o poder devem compreender que é fundamental criar condições para o diálogo", acrescentou, referindo-se ao golpe de Estado de 26 de novembro, quando um autointitulado "alto comando militar" tomou o poder, destituiu o Presidente, Umaro Sissoco Embaló (que deixou o país), e suspendeu o processo eleitoral.
O antigo chefe de Estado do arquipélago - que foi comandante na frente da Guiné-Bissau, pela libertação face ao regime colonial português - disse que é necessário promover o diálogo entre instituições, organizações e cidadãos.
"O problema da Guiné-Bissau não é cabo-verdiano, nem africano, é dos guineenses", afirmou.
"Podemos dar contributos externos, mas a solução tem de ser interna. É preciso criar as melhores condições para incentivar o diálogo e encontrar a solução mais adequada", acrescentou.
Pedro Pires defendeu ainda que o país deve procurar uma saída que consolide o Estado soberano e o Estado de direito, respeitando as regras, para ultrapassar o conflito.
A Guiné-Bissau está suspensa da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) assim como da União Africana (UA).
As eleições gerais, presidenciais e legislativas tinham decorrido sem incidentes, em 23 de novembro e, um dia depois, o candidato da oposição, Fernando Dias, reclamou vitória à primeira volta sobre Embaló.
O líder do PAIGC, Simões Pereira, foi detido e a tomada de poder pelos militares está a ser denunciada pela oposição como uma manobra para impedir a divulgação dos resultados eleitorais.
Uma delegação da CEDEAO reuniu-se, na segunda-feira, com as novas autoridades, em Bissau, e, no final do encontro, foi anunciado que os resultados dos contactos serão apresentados à Cimeira de Chefes de Estado e do Governo daquela organização, a 14 de dezembro, onde será analisada a situação.
A Comissão Nacional de Eleições guineeense informou, entretanto, que não tem condições para anunciar os resultados por, alegadamente, as atas eleitorais e outro equipamento terem sido confiscados e vandalizados por homens armados.
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