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Blatter reeleito presidente da FIFA

Ali bin al Hussein, o outro candidato à presidência, desistiu.

29 de maio de 2015 às 18:25

O suíço Joseph Blatter foi esta sexta-feira reeleito para um quinto mandato como presidente da FIFA, até 2018, ao vencer o jordano Ali bin al Hussein, num sufrágio realizado no 65.º Congresso do organismo que tutela o futebol mundial.

Blatter acabou por ser eleito ao final da primeira volta, depois de o seu oponente ter anunciado que não disputaria uma segunda volta.

Na primeira volta para as eleição para presidente da FIFA nenhum dos dois candidatos conseguiu dois terços dos votos das 209 federação nacionais, na votação que decorreu no 65.º Congresso do organismo. O suíço Joseph Blatter teve 133 votos enquanto o jordano Ali bin al Hussein recebeu 73, havendo três nulos.

Reação da FPF

"Quando uma organização se desliga da realidade e se fecha sobre si própria corre o risco de implodir.

O processo eleitoral não decorreu normalmente e estas eleições foram marcadas por acontecimentos que deveriam ter obrigado ao adiamento das mesmas.

Apoiámos um candidato que, pela experiência que teve no terreno, viu antes de muitos que os resultados do dia 29 de maio estavam estabelecidos há muito tempo.

A recondução de Joseph Blatter prova que Luís Figo tinha razão quando se recusou a caucionar este processo.

A Federação Portuguesa de Futebol continuará a pugnar por uma FIFA diferente, uma FIFA democrática e transparente que coloque os interesses do futebol acima de todo e qualquer interesse pessoal."

Reação de Figo

Não se pode liderar a FIFA fazendo tábua rasa das mais elementares regras de transparência, legalidade e democracia. Elas não estavam reunidas, como denunciei e se verificou.

Ou Sr. Blatter sabia e foi conivente com os atos de corrupção e tráfico de influências, ou, se não sabia – como ele diz –, é porque não tem capacidade para liderar a FIFA. Não há outra forma de ver o problema.

Perante tantas evidências, o facto de o principal responsável por a FIFA ter chegado a este ponto ter sido reeleito diz bem de como a organização está doente.

Hoje foi outro dia negro em Zurique. Perdeu a FIFA, mas acima de tudo perdeu o futebol e todos aqueles que verdadeiramente se preocupam com ele.

Confrangedora e cínica a reação de Sr. Blatter quando diz que não pode controlar toda a gente. Ofende a inteligência de todos nós. Foram essas pessoas que ele promoveu durante anos e que juntamente com ele, fizeram da FIFA o que ela é hoje, um organismo decadente.

Se Sr. Blatter se preocupasse minimamente com o futebol, teria desistido de se apresentar à reeleição. Se tiver um mínimo de decência, terá de resignar nos próximos dias.

Não me arrependo de nada. Lutei, persisti, empenhei-me pela regeneração de uma organização que tem de mudar de rumo. Vivemos uma situação de emergência e o futebol é o principal prejudicado pela atual situação.

O que fiz foi denunciar o que vivi diretamente. Voltaria a fazê-lo e permaneço disponível para ajudar a FIFA a reerguer-se de tudo isto."

Indiciados por corrupção

O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).

Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).

Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.

 

A FIFA suspendeu provisoriamente 12 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, Aaron Davidson e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.

A acusação surge depois de o Ministério da Justiça e a polícia da Suíça terem detido Webb, Li, Rocha, Takkas, Figueredo, Esquivel e Marin na quarta-feira, num hotel de Zurique, a dois dias das eleições para a presidência da FIFA, à qual concorrem o atual presidente, o suíço Joseph Blatter, e Ali bin Al-Hussein, da Jordânia.

Simultaneamente, as autoridades suíças abriram uma investigação à atribuição dos Mundiais de 2018 e 2022 à Rússia e ao Qatar.

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