O texto denuncia ainda que uma funcionária do Centro Cultural Português morreu em janeiro e não foram pagas as despesas do funeral nem ajuda à família.
Doze funcionários do Centro Cultural Português da Embaixada de Portugal em Maputo denunciaram esta quinta-feira uma situação de "total ilegalidade" nos seus vínculos de trabalho e pediram a intervenção do Governo moçambicano para corrigir esta "deplorável situação".
Numa carta dirigida ao ministro dos Negócios Estrangeiros moçambicano, Oldemiro Balói, os 12 funcionários queixam-se de estar a trabalhar há mais de uma década, "sem qualquer vínculo jurídico com a instituição, conforme referido pela sede do Instituto Camões". Alguns destes funcionários, segundo o texto, prestam serviços ao Estado português desde 1989 e o último foi admitido em 2000, e todos se encontram "numa situação de total ilegalidade perante as autoridades moçambicanas no que concerne ao pagamento de impostos ou inscrição no Instituto Nacional de Segurança social (INSS)".
Os trabalhadores alegam que "esta situação verifica-se desde sempre" e foi objeto de "inúmeras insistências, reclamações e alertas" dirigidos ao Instituto Camões, ao Presidente da República, ao primeiro-ministro e ao ex-ministro do Trabalho e da Solidariedade, de Portugal, além do presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso. De visita a Maputo para participar na convenção de revisão do tratado para a erradicação de minas terrestres, o secretário de Estado das Comunidades, José Cesário, disse à Lusa que "esta situação é antiga e tem de ser analisada devidamente", garantindo que, "se assistirem direitos às pessoas em causa, o Estado tem de encontrar forma de resolver os casos pendentes".