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As reações à demissão de Constança Urbano de Sousa

Ministra da Administração Interna pediu para cessar funções esta quarta-feira.

18 de outubro de 2017 às 09:59

CDS-PP critica "teimosia" do PM que não deixou sair ministra

O deputado do CDS-PP Telmo Correia criticou hoje a "teimosia do primeiro-ministro" que manteve a ministra da Administração Interna depois da tragédia de Pedrogão Grande e defendeu que o executivo terá "de assumir responsabilidades para além da demissão".

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As reações à demissão de Constança Urbano de Sousa

"A ministra fez questão que o país soubesse hoje que pediu para sair naquele momento e que só por teimosia do primeiro-ministro, que não permitiu essa possibilidade, ela teve de se manter em funções aparentemente contra vontade, uma vez que terá pedido para sair. Isto é particularmente surpreendente e particularmente grave", afirmou Telmo Correia em declarações à Lusa.

Por isso, o CDS-PP volta a reafirmar que "a responsabilidade do ocorrido é do primeiro-ministro e do Governo e, por isso, essa responsabilidade e consequências têm de ser assumidas para além dessa demissão".

Para o CDS-PP, Constança Urbano Rodrigues e a sua equipa deveriam ter saído após os incêndios de Pedrogão Grande, uma posição que ganhou mais força com os fogos deste fim-de-semana: "Esta demissão era inevitável por uma questão de responsabilidade política. Era incontornável", sublinhou Telmo Correia em declarações à Lusa.

No entanto, o deputado do CDS-PP lamenta que a saída da ministra só tenha acontecido "depois do importantíssimo discurso do Presidente da República que deixou muito claro que essa demissão teria de ocorrer".

"Era evidente para nós e para muita gente que o Ministério da Administração Interna e esta ministra estavam sem rumo e sem condução política há muitos meses a esta parte", sublinhou Telmo Correia, reportando-se aos incêndios de Pedrogão Grande.

Na altura, o CDS-PP defendeu que a ministra e a sua equipa se deviam demitir depois da tragédia que revelou "falta de capacidade de previsão, falta de leitura e antecipação de uma situação que, dadas as condições meteorológicas, era provável que viesse a acontecer, as nomeações erradas e os modelos de proteção que não funcionaram", recordou o deputado.

BE considera que demissão era inevitável e pede reformas

O Bloco de Esquerda afirma que era inevitável a demissão da ministra da Administração Interna e que são necessárias reformas profundas na Proteção Civil, disse à Lusa o deputado Pedro Filipe Soares.

BE considera que demissão era inevitável e pede reformas

"Como nós já dissemos publicamente, e junto do Governo, esta demissão não deve servir apenas e só para uma mudança de rostos para que fique tudo na mesma. É necessária uma mudança de fundo na reforma de funcionar da Proteção Civil, quer na reação às tragédias, quer na prevenção de tragédias, quer em toda a sua estrutura", disse Pedro Filipe Soares.

Para o presidente do Grupo Parlamentar do Bloco de Esquerda, a demissão da ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, era "inevitável" face ao desenrolar dos acontecimentos dos últimos meses e das últimas semanas acrescentando que "também era inevitável a aceitação da demissão" por parte do primeiro-ministro, António Costa.

Face à demissão, o Bloco de Esquerda sublinha também que é obrigatória uma mudança de fundo para que seja reposta "a confiança das pessoas no Estado" e para garantir, afirma, que as situações que ocorreram não voltem a repetir-se.

Questionado sobre a possibilidade de o presidente da República poder vir a condicionar o funcionamento do governo do PS (apoiado pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP), Pedro Filipe Soares diz que a necessidade de reformas e os "acontecimentos" é que vão pautar o desempenho do executivo.

"Essa mudança de fundo parece-nos a nós a exigência maior e que obriga a uma mudança clara da parte do Governo. O desenrolar dos acontecimentos, mais do que as posições políticas de agentes partidários e de órgãos de soberania, é o que nos parece que condiciona, de forma inequívoca, este desfecho que se tornou inevitável", respondeu.

PS exprime reconhecimento a Constança Urbano de Sousa

O PS exprimiu hoje o seu reconhecimento à ministra da Administração Interna cessante, Constança Urbano de Sousa, que numa carta datada de terça-feira apresenta a demissão do cargo, depois dos incêndios que provocaram mais de 100 mortes.

PS exprime reconhecimento a Constança Urbano de Sousa

"O PS quer neste momento assinalar publicamente o reconhecimento dos serviços prestados no exercício das suas difíceis funções", assinala a secretária-geral adjunta do PS, Ana Catarina Mendes, numa nota enviada à Lusa.

Na mesma nota de dois parágrafos, Ana Catarina Mendes refere que "o Partido Socialista compreende as razões que levaram a Professora Constança Urbano de Sousa a pedir a demissão como ministra da Administração Interna".

PAN considera que demissão de ministra era "inevitável"

O deputado do partido das Pessoas-Animais-Natureza (PAN), André Silva, considerou hoje que a demissão da ministra da Administração Interna (MAI) era uma "inevitabilidade", salientando que a sua continuidade estava a "fragilizar a própria posição" do Governo.

PAN considera que demissão de ministra era "inevitável"

"Para nós era uma inevitabilidade esta demissão. Muito para além das responsabilidades políticas que a ministra possa ter, há aqui uma questão anímica da própria pessoa e de confiança pública que poderia estar a faltar para empreender todas as forças e trabalho nos próximos meses, nos próximos tempos relativamente à floresta e à matéria de incêndios", disse.

No entender de André Silva, a continuidade de Constança Urbano de Sousa "estava a fragilizar a própria posição do Governo".

"Do nosso ponto de vista, Constança Urbano de Sousa tomou a melhor opção que deve ter sido tomada em conjunto com o primeiro-ministro e, por isso, a sua demissão era inevitável", frisou.

O líder do PAN destacou também em declarações à agência Lusa que neste momento, mais do que a troca da pessoa para esse lugar, é importante mudar políticas.

"O importante agora é a mudança de políticas, a mudança da visão, de olhar para os nossos recursos naturais e para o bem comum e, de uma vez por todas, colocá-los à frente de interesses instalados, de 'lobbies' que estão há muito instalados, e termos a coragem para fazer reformas profundas", disse.

Na opinião de André Silva, "é muito trágico o que se está a passar no país", sublinhando que a situação "é consequência de toda a desorganização em prol de um suposto desenvolvimento e dos interesses instalados".

"Para nós o que é importante neste momento e agora que estou a regressar de uma visita três dias ao distrito de Viseu, afetado por incêndios, é que a angústia e incerteza das pessoas são enormes. Há muitas pessoas que não sabem que caminho percorrer, porque perderam a casa, porque não têm neste momento onde comer, não sabem onde se dirigir e que claramente têm falta de apoio psicológico", destacou.

Segundo o deputado, as pessoas estão perdidas e, neste momento, o que há a fazer é sinalizá-las e garantir que estejam salvaguardas as suas necessidades mais básicas.

"A nossa grande preocupação é a reconstrução e apoio a quem mais necessita", disse.

PEV respeita demissão, mas exige "medidas urgentíssimas" nas florestas

O Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV) respeita a demissão da ministra da Administração Interna, mas alerta hoje que é preciso tomar "medidas urgentíssimas" na política florestal, prevenção e combate aos incêndios.

PEV respeita demissão, mas exige "medidas urgentíssimas" nas florestas

"Se o primeiro-ministro considerava que nesta circunstância a ministra não tinha condições para continuar, fez bem em aceitar essa demissão", afirmou à Lusa a deputada Heloísa Apolónia, do PEV, num comentário à decisão de Constança Urbano de Sousa.

No entanto, são se pode "cair no erro de considerar que a demissão da ministra resolveu um problema" e pede que, "no âmbito da estrutura da floresta, da prevenção, do combate, da proteção de pessoas, há medidas urgentíssimas que têm que ser tomadas"

"É preciso criar margem e condições orçamentais para que as respostas sejam efetivamente dadas", insistiu a parlamentar do PEV, partido que apoia o Governo do PS na Assembleia da República.

Para a deputada dos Verdes, há "décadas perdidas" em Portugal na política florestal, prevenção e combate aos incêndios florestais, havendo "soluções que deveriam ser tomadas e foram permanentemente adiadas porque não foram consideradas prioritárias".

Politicamente, segundo disse, é ao primeiro-ministro que tem de fazer a avaliação sobre se a saída foi ou não tardia de uma ministra sem condições de continuar a sê-lo.

"O primeiro-ministro achou que era aceitável essa inexistência de condições, que era visível" e agora cabe ap chefe do Governo dar explicações.

Inspetores do SEF dizem que ministra "nunca despegou da condição académica"

O sindicato que representa os inspetores do SEF considera que a ministra da Administração Interna "nunca despegou da sua condição académica" e deixa este serviço de segurança "cheio de instabilidade e pressão".

Inspetores do SEF dizem que ministra "nunca despegou da condição académica"

"Foi uma ministra que nunca ultrapassou e despegou da sua condição académica e nunca interiorizou a operacionalidade das forças e serviços de segurança", disse à agência Lusa o presidente do Sindicato da Carreira de Investigação e Fiscalização do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).

Acácio Pereira adiantou que a demissão da ministra da Administração Interna já "era expectável", uma vez que "não tinha condições políticas, nem pessoais, para continuar no cargo".

O presidente classificou "limitado" o desempenho de Constança Urbano de Sousa, que deixa o SEF "cheio de instabilidade e pressão".

Constança Urbano de Sousa sai do cargo sem dar posse ao novo diretor nacional do Serviço de Estrangeiros e Fronteias, Carlos Alberto Matos Moreira, cuja cerimónia esteve marcada para segunda-feira passada, mas foi cancelada.

Carlos Moreira vai substituir Luísa Maia Gonçalves, que se demitiu no início do mês, antecipando-se à ministra que tinha a intenção de a exonerar.

O presidente do sindicato espera que o próximo responsável pela pasta da Administração Interna seja "alguém que compreenda a operacionalidade das forças e serviço de segurança" e que "tenha a capacidade para fazer" o que esta ministra não conseguiu fazer.

Capoulas Santos realça apreço por ministra, mas compreende a decisão de demissão

O ministro da Agricultura, Florestas e Desenvolvimento Rural, Luís Capoulas Santos, disse hoje compreender a decisão da ministra da Administração Interna (MAI), Constança Urbano de Sousa, de se demitir.

"É uma colega pela qual tenho muito apreço, que passou, como todos nós -- mas, ela de uma forma particularmente acentuada -, momentos muito difíceis, mas compreendo a sua decisão", disse aos jornalistas Capoulas Santos, que falava durante uma visita ao Pinhal de Leiria, fortemente afetado pelo incêndio que deflagrou no domingo.

Capoulas Santos sublinhou que a organização do Governo "é uma competência exclusiva do senhor primeiro-ministro", referindo que António Costa "decidirá no momento próprio a forma de ajustamento do governo que entender adequada".

"A permanência no governo parte de um convite do senhor primeiro-ministro e a cessação de funções de qualquer ministro parte da comunicação do senhor primeiro-ministro. Quem está nesta função sabe sempre que o horizonte é o dia seguinte", frisou.

Sobre a moção de censura ao Governo anunciada pelo CDS-PP, o membro do executivo realçou que todos os partidos políticos têm esse direito e podem exercê-lo "quando bem entenderem".

"Neste caso concreto, o CDS resolveu anunciar num momento em que estamos em luto nacional, em que o país está mergulhado neste momento de dor que a todos atinge", notou, afirmando que o Governo será submetido, através dessa moção de censura no parlamento, a "um teste de legitimação".

Demissão da ministra já era expectável, diz Associação Nacional dos Bombeiros profissionais

O presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais (ANBP), Fernando Curto, disse hoje que a demissão da ministra da Administração Interna já era expectável perante os últimos acontecimentos relacionados com os incêndios florestais.

Demissão da ministra já era expectável, diz Associação Nacional dos Bombeiros profissionais

"Esta é uma demissão que não nos admira", afirmou Fernando Curto à agência Lusa, sublinhando que, "perante os factos, é uma situação normal".

Perante "todos os dados que neste momento estavam a ser lançados, todas as situações que ocorreram, e que culminaram ontem [terça-feira] com a intervenção do Presidente da República, tudo levava a crer que a ministra se ia demitir ou ia ser demitida e foi isso que aconteceu", disse Fernando Curto.

"Tudo isto foi mau de mais", considerou o presidente da ANBP, aludindo à organização da Proteção Civil e "aos últimos acontecimentos em relação aos incêndios florestais" que culminaram com a morte de mais de 100 pessoas.

"Havia aqui uma situação que era muito difícil de se manter", rematou.

Sobre o que espera do próximo responsável pela pasta da Administração Interna, Fernando Curto disse que deseja que "seja célere" nas "decisões e nas discussões com os bombeiros profissionais".

Esperamos que "haja, de uma vez por todas, alguém com coragem para mudar" e reorganizar este setor que "infelizmente deu no que deu", vincou.

"Ao longo destes anos todos, enquanto associação de bombeiros profissionais, fomos sofrendo um pouco na pele a demissão dos governantes", porque os projetos que estão a ser discutidos para os bombeiros profissionais nunca ficam concluídos porque, "por qualquer motivo, o ministro ou o secretário de Estado sai" do cargo.

Para Fernando Curto, esta situação "é o corolário de muitos anos, de todos os governos, e de muitas situações que ocorreram e que terminaram infelizmente nas mortes" de 105 pessoas.

Contactada pela agência Lusa, a Associação Portuguesa de Bombeiros Voluntários remeteu para sexta-feira uma reação à demissão da ministra e aos incêndios que devastaram o país, explicando que não tecerá comentários durante o período de luto nacional.

Demissão é culminar de "problemas constantes", diz Liga dos Bombeiros

O presidente da Liga de Bombeiros Portugueses (LBP) afirmou hoje que a demissão da ministra foi o culminar de um "arrastar de problemas constantes", defendendo que agora é o momento de fazer "reformas profundas" no sistema de Proteção Civil.

Demissão é culminar de "problemas constantes", diz Liga dos Bombeiros

"Apesar de ser uma pessoa afável e simpática", a ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, "já não tinha qualquer controlo sobre tudo o que é a governação desta área da Proteção Civil", disse à agência Lusa Jaime Marta Soares.

Para o presidente da LBP, a ministra mostrou "muitas vezes incapacidade de resposta e de decisão sobre um conjunto de situações" em que era preciso agir.

"Era um constante e permanente adiamento (do inadiável) nas respostas que era, em cada momento, preciso dar, da inovação e das alterações que se tinham de fazer no sistema, e que não foi capaz de fazer", sublinhou.

Na sua opinião, "foi um arrastar de problemas constantes e que, mais tarde ou mais cedo, teriam que vir a dar maus resultados", apesar dos "constantes e permanentes avisos e propostas de alteração" indicadas pelos bombeiros.

Pela "experiência que os bombeiros têm, seriam alterações que poderiam ajudar a encontrar soluções" para a reforma do setor e encontrar "uma estabilidade" que evitasse chegar à situação de rutura a que se chegou.

Agora -- defendeu -- é altura de se alterarem os rostos e "as políticas", fazendo "reformas profundas" no setor.

"Não é só uma mudança de rostos do António, do Manuel ou do José, o que importa é uma mudança, mas uma mudança através de reformas concretas e objetivas do sistema de Proteção Civil em Portugal", sustentou.

Jaime Soares disse esperar que as reformas que o Governo tem que apresentar, que "são da responsabilidade do primeiro-ministro", contemplem as propostas que os bombeiros portugueses têm vindo a fazer ao longo dos anos, para evitar erros como os que "estão a ser cometidos".

"Acabo de sair de uma reunião com o primeiro-ministro, onde dei a conhecer tudo aquilo que são as ideias, as propostas e as reformas que os bombeiros portugueses entendem que devem ser feitas para o setor", contou à Lusa.

Desejou ainda que esta não tenha sido apenas "mais uma reunião" e que as propostas apresentadas possam ser analisadas e tomadas como "um contributo sério" para ter "uma estrutura da Proteção Civil em Portugal à dimensão daquilo que os portugueses merecem".

Polícias querem que novo ministro "seja mais de atos do que de palavras"

A Associação Sindical dos Profissionais de Polícia (ASPP) deseja que o próximo responsável da Administração Interna seja "uma pessoa mais de atos do que de palavras" e que concretize um conjunto de matérias na área da segurança que têm sido proteladas.

"Esperamos que o seu sucessor venha com vontade de concretizar, porque há um conjunto de matérias que têm sido proteladas no tempo e que é preciso que sejam concretizadas", afirmou à Lusa o presidente da ASPP, Paulo Rodrigues, a propósito da demissão, hoje, de Constança Urbano de Sousa, da pasta da Administração Interna.

O presidente da ASPP deseja que o próximo responsável governamental da área seja "uma pessoa mais de atos do que de palavras", lembrando que, nos últimos anos, os sindicados das forças e serviços de segurança têm "manifestado preocupação" pela forma como a segurança tem sido gerida, dando como exemplo a recente manifestação da Comissão Coordenadora Permanente dos Sindicatos e Associações dos Profissionais dos Serviços e Forças de Segurança.

"Na PSP têm aumentado os problemas a instabilidade interna e tudo isso tem criado muitas dificuldades que têm sido ultrapassadas com muita carolice", disse o dirigente sindical, considerando que "em 2017 pouco foi feito" e que "há um conjunto de situações que era possível resolver e não foram resolvidas".

Associação de militares da GNR deseja novo ministro com mais peso político 

O presidente da Associação dos Profissionais da Guarda (APG/GNR) deseja que o próximo ministro da Administração Interna tenha "mais peso político" que Constança Urbano de Sousa, que hoje pediu a demissão.

Associação de militares da GNR deseja novo ministro com mais peso político 

"Esperamos que o seu substituto tenha mais poder político e que não seja apenas um técnico. A senhora ministra era uma técnica, não tinha grande peso político e nós sabemos disso pela discussão das alterações ao estatuto dos militares da GNR. Muitas promessas foram feitas, mas que depois a senhora ministra não tinha poder para avançar", disse à Lusa César Nogueira, presidente da APG/GNR.

Para César Nogueira, a GNR "necessita de uma intervenção urgente e imediata" sob pena de ser colocada em causa a própria instituição dada a "falta de meios humanos e materiais" e o descontentamento dos seus profissionais.

"Desejamos que o próximo responsável do Ministério da Administração Interna tenha vontade de se debruçar sobre os vários problemas da GNR", acrescentou o dirigente sindical, ressalvando que há várias questões orçamentais ainda em aberto que a ministra não conseguiu "contrariar", nomeadamente as promoções dos profissionais da guarda.

Associação da Guarda diz que tecnicamente ministra foi a melhor, politicamente não

O presidente da Associação Independente da Guarda considerou que Constança Urbano de Sousa foi das melhores que passou pelo Governo em termos técnicos, mas não politicamente.

"Já era uma demissão esperada. Tecnicamente foi das melhores ministras que passou por aquele ministério, politicamente não. Na relação com as associações também não temos nada a dizer", disse José Alho à agência Lusa.

Mira e Vagos consideram que demissão de ministra "peca por tardia"

Os presidentes de Mira e de Vagos, dois municípios atingidos pelos incêndios de domingo, consideraram hoje que a demissão da ministra da Administração Interna "peca por tardia" e que "deveria ter ocorrido logo após a tragédia de Pedrógão Grande".

Em declarações separadas à agência Lusa, os dois autarcas expressaram opiniões semelhantes: a ministra Constança Urbano de Sousa deveria ter saído após os incêndios de junho e a sua permanência na Administração Interna durante estes meses veio atrasar ainda mais a tomada de medidas consideradas vitais para a prevenção e combate aos incêndios.

"A demissão da ministra peca por tardia e é consequência do discurso do Presidente da República. Foi preciso um puxão de orelhas em público de Marcelo Rebelo de Sousa para forçar uma saída que devia ter acontecido há meses", refere o presidente da Câmara de Vagos, Silvério Regalado.

O autarca critica a falta de meios para o combate aos incêndios no seu concelho - "estivemos entregues à nossa sorte" - e lamenta a ausência de uma política clara de prevenção.

Regalado espera que do Conselho de Ministros de sábado saia, "finalmente", um pacote legislativo com medidas concretas de combate aos incêndios.

O presidente da Câmara de Mira, Raul Almeida, considera pelo seu lado que a demissão de Constança Urbano de Sousa "surge com meses de atraso", mas espera que o gesto venha a terminar com a indefinição no combate aos incêndios.

O autarca, que teve 70 por cento do território do seu concelho afetado pelas chamas, espera que a demissão seja uma oportunidade para refletir sobre os rumos da política florestal e da prevenção e combate aos incêndios.

"Espero que não seja apenas uma mera mudança de protagonistas. Que sirva para repensar políticas. Ou que sirva, pelo menos, para que o Governo ajude finalmente as populações, já que isso não aconteceu durante a fase de combate. Que nos ajude a reerguer o nosso concelho", conclui.

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