Médico protesta por falta de ajuda a casa de acolhimento. Câmara diz que está disponível.
A Câmara do Porto disse hoje estar disponível para "ajudar a resolver financeiramente" os problemas da Comunidade Paulo Vallada, uma casa de acolhimento de mães adolescentes que o médico Júlio Machado Vaz diz correr risco de encerramento.
O psiquiatra e diretor da Comunidade revelou na quarta-feira que a instituição vai fechar em outubro e que pretende devolver a Medalha da Cidade atribuída pela Câmara do Porto em 2015, em protesto pelo "silêncio" da autarquia no processo.
Numa resposta escrita enviada à Lusa, o vereador da Ação Social, Manuel Pizarro, diz que "a Câmara do Porto "reitera a disponibilidade, já assumida, de ajudar a resolver financeiramente" os problemas da Paulo Vallada "de acordo com os recursos ao seu alcance e que são do conhecimento da associação".
"A Câmara conhece a situação e as dificuldades que atravessa a Comunidade de Inserção Paulo Vallada, que faz um valioso trabalho de proteção de mães em dificuldades e dos seus filhos", refere Manuel Pizarro.
O vereador acrescenta que a autarquia é "alheia ao facto de que a Comunidade se verá privada das suas instalações".
"Isso resulta da venda do imóvel em que está instalada desde a sua criação, que era propriedade da Fundação da Juventude", acrescenta.
Pizarro diz ainda que a Câmara "não foi parte desse processo e não tem ao seu dispor nenhuma alternativa que permita a instalação da Comunidade".
Júlio Machado Vaz, membro do Conselho Consultivo da Fundação da Juventude e diretor técnico da Comunidade Paulo Vallada, revelou na rede social Facebook que, em outubro, aquele projeto "terá deixado de existir" e que "neste momento, as meninas/mães" por ele acolhidas "vão sendo encaminhadas para outras instituições".
O médico descreve vários contactos feitos com a Câmara do Porto para tentar resolver o problema e denuncia que as perguntas feitas à autarquia "esbarraram no silêncio".
"Se a Paulo Vallada fecha as portas é minha obrigação defender-lhe a dignidade [...]. a minha Medalha será devolvida à Câmara. Quem sabe, talvez a próxima IPSS [Instituição Particular de Solidariedade Social] que solicitar vinte ou trinta minutos de atenção tenha mais sorte", escreveu Machado Vaz.
De acordo com o médico, a ajuda pedida à Câmara para "estabilizar a Paulo Vallada" foi pedida "há quase dois anos" e a resposta da autarquia, dada através de Manuel Pizarro, "foi afirmativa, com a legítima exigência de uma redução de custos do funcionamento".
"Foi no início do ano que ficámos a saber que até ao Verão teríamos de encontrar novas instalações [...]. Escrevi a Manuel Pizarro [...]. Nenhuma resposta. Um mês depois repeti a diligência, salientando a urgência da situação. Silêncio mantido", lamenta Machado Vaz.
Ricardo Carvalho, presidente executivo da Fundação da Juventude, explicou à Lusa que aquela instituição acolheu a Comunidade Paulo Vallada durante dez anos mas que o projeto foi "autonomizado há três".
Apesar disso, diz o responsável, a Fundação da Juventude continuou a apoiar a Paulo Vallada, nomeadamente mantendo a cedência das instalações onde o projeto funcionava.
"No final de 2015 deixou de ser possível manter esse apoio e informamos a Comunidade, tendo mantido a disponibilidade para ajudar e o acompanhamento do processo", indicou.
De acordo com o presidente da Fundação da Juventude, "não há problema com a recolocação das jovens" que a Comunidade acolhia noutras instituições.
A Lusa tentou, sem sucesso até ao momento, falar sobre este assunto com a Segurança Social, e Júlio Machado Vaz.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt
o que achou desta notícia?
concordam consigo
A redação do CM irá fazer uma avaliação e remover o comentário caso não respeite as Regras desta Comunidade.
O seu comentário contem palavras ou expressões que não cumprem as regras definidas para este espaço. Por favor reescreva o seu comentário.
O CM relembra a proibição de comentários de cariz obsceno, ofensivo, difamatório gerador de responsabilidade civil ou de comentários com conteúdo comercial.
O Correio da Manhã incentiva todos os Leitores a interagirem através de comentários às notícias publicadas no seu site, de uma maneira respeitadora com o cumprimento dos princípios legais e constitucionais. Assim são totalmente ilegítimos comentários de cariz ofensivo e indevidos/inadequados. Promovemos o pluralismo, a ética, a independência, a liberdade, a democracia, a coragem, a inquietude e a proximidade.
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza expressamente o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes ou formatos actualmente existentes ou que venham a existir.
O propósito da Política de Comentários do Correio da Manhã é apoiar o leitor, oferecendo uma plataforma de debate, seguindo as seguintes regras:
Recomendações:
- Os comentários não são uma carta. Não devem ser utilizadas cortesias nem agradecimentos;
Sanções:
- Se algum leitor não respeitar as regras referidas anteriormente (pontos 1 a 11), está automaticamente sujeito às seguintes sanções:
- O Correio da Manhã tem o direito de bloquear ou remover a conta de qualquer utilizador, ou qualquer comentário, a seu exclusivo critério, sempre que este viole, de algum modo, as regras previstas na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, a Lei, a Constituição da República Portuguesa, ou que destabilize a comunidade;
- A existência de uma assinatura não justifica nem serve de fundamento para a quebra de alguma regra prevista na presente Política de Comentários do Correio da Manhã, da Lei ou da Constituição da República Portuguesa, seguindo a sanção referida no ponto anterior;
- O Correio da Manhã reserva-se na disponibilidade de monitorizar ou pré-visualizar os comentários antes de serem publicados.
Se surgir alguma dúvida não hesite a contactar-nos internetgeral@medialivre.pt ou para 210 494 000
O Correio da Manhã oferece nos seus artigos um espaço de comentário, que considera essencial para reflexão, debate e livre veiculação de opiniões e ideias e apela aos Leitores que sigam as regras básicas de uma convivência sã e de respeito pelos outros, promovendo um ambiente de respeito e fair-play.
Só após a atenta leitura das regras abaixo e posterior aceitação expressa será possível efectuar comentários às notícias publicados no Correio da Manhã.
A possibilidade de efetuar comentários neste espaço está limitada a Leitores registados e Leitores assinantes do Correio da Manhã Premium (“Leitor”).
Ao comentar, o Leitor está a declarar que é o único e exclusivo titular dos direitos associados a esse conteúdo, e como tal é o único e exclusivo responsável por esses mesmos conteúdos, e que autoriza o Correio da Manhã a difundir o referido conteúdo, para todos e em quaisquer suportes disponíveis.
O Leitor permanecerá o proprietário dos conteúdos que submeta ao Correio da Manhã e ao enviar tais conteúdos concede ao Correio da Manhã uma licença, gratuita, irrevogável, transmissível, exclusiva e perpétua para a utilização dos referidos conteúdos, em qualquer suporte ou formato atualmente existente no mercado ou que venha a surgir.
O Leitor obriga-se a garantir que os conteúdos que submete nos espaços de comentários do Correio da Manhã não são obscenos, ofensivos ou geradores de responsabilidade civil ou criminal e não violam o direito de propriedade intelectual de terceiros. O Leitor compromete-se, nomeadamente, a não utilizar os espaços de comentários do Correio da Manhã para: (i) fins comerciais, nomeadamente, difundindo mensagens publicitárias nos comentários ou em outros espaços, fora daqueles especificamente destinados à publicidade contratada nos termos adequados; (ii) difundir conteúdos de ódio, racismo, xenofobia ou discriminação ou que, de um modo geral, incentivem a violência ou a prática de atos ilícitos; (iii) difundir conteúdos que, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, tenham como objetivo, finalidade, resultado, consequência ou intenção, humilhar, denegrir ou atingir o bom-nome e reputação de terceiros.
O Leitor reconhece expressamente que é exclusivamente responsável pelo pagamento de quaisquer coimas, custas, encargos, multas, penalizações, indemnizações ou outros montantes que advenham da publicação dos seus comentários nos espaços de comentários do Correio da Manhã.
O Leitor reconhece que o Correio da Manhã não está obrigado a monitorizar, editar ou pré-visualizar os conteúdos ou comentários que são partilhados pelos Leitores nos seus espaços de comentário. No entanto, a redação do Correio da Manhã, reserva-se o direito de fazer uma pré-avaliação e não publicar comentários que não respeitem as presentes Regras.
Todos os comentários ou conteúdos que venham a ser partilhados pelo Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã constituem a opinião exclusiva e única do seu autor, que só a este vincula e não refletem a opinião ou posição do Correio da Manhã ou de terceiros. O facto de um conteúdo ter sido difundido por um Leitor nos espaços de comentários do Correio da Manhã não pressupõe, de forma direta ou indireta, explícita ou implícita, que o Correio da Manhã teve qualquer conhecimento prévio do mesmo e muito menos que concorde, valide ou suporte o seu conteúdo.
ComportamentoO Correio da Manhã pode, em caso de violação das presentes Regras, suspender por tempo determinado, indeterminado ou mesmo proibir permanentemente a possibilidade de comentar, independentemente de ser assinante do Correio da Manhã Premium ou da sua classificação.
O Correio da Manhã reserva-se ao direito de apagar de imediato e sem qualquer aviso ou notificação prévia os comentários dos Leitores que não cumpram estas regras.
O Correio da Manhã ocultará de forma automática todos os comentários uma semana após a publicação dos mesmos.
Para usar esta funcionalidade deverá efetuar login.
Caso não esteja registado no site do Correio da Manhã, efetue o seu registo gratuito.
Escrever um comentário no CM é um convite ao respeito mútuo e à civilidade. Nunca censuramos posições políticas, mas somos inflexiveis com quaisquer agressões. Conheça as
Inicie sessão ou registe-se para comentar.