Crise é "ponta do icebergue".
O papa afirmou que a crise dos refugiados na Europa é "a ponta do icebergue", criada por "um sistema sócioeconómico mau e injusto".
Em entrevista à Rádio Renascença, em Roma, Francisco considerou que o problema está no foco da sociedade que deixou de ser a pessoa e passou a ser o dinheiro.
"Estes refugiados fogem da guerra, da fome, mas essa é a ponta do icebergue. Por baixo está a causa e a causa é um sistema sócioeconómico mau e injusto, porque dentro de um sistema económico, dentro de tudo, dentro do mundo - falando do problema ecológico -, dentro da sociedade socioeconómica, dentro da política, o centro tem de ser sempre a pessoa", disse o papa, lembrando que 17% da população mundial detém 80% das riquezas.
"Temos que tratar as causas, onde há fome temos que criar fontes de trabalho, onde há guerra é preciso trabalhar pela paz. Hoje em dia, o mundo está em guerra contra si mesmo, uma guerra em folhetim, aos pedaços, que está a destruir a Terra, a nossa casa comum", sublinhou.
Francisco reconheceu que "existe o perigo de inflitração" de terroristas na Europa, defendendo que quem chega ao espaço europeu deve ter um trabalho, como forma de integração.
"Mas a Europa também atravessa uma crise laboral", sobretudo ao nível do emprego juvenil, disse.
"Mandamento da Bíblia"
"Receber os migrantes é um mandamento da Bíblia (...) quando há um espaço vazio, procura-se preencher. Quando um país não tem filhos, vêm os emigrantes para o preencher", afirmou.
O papa considerou que a crise dos refugiados "é uma surpresa" para a Europa, que enfrenta o desafio de recuperar o seu papel central entre as outras nações.
"A Europa tem uma cultura excecional, são séculos de cultura e isso dá bem-estar intelectual. A Europa não morreu, está 'meio avózinha' e é tempo de voltar a ser mãe (...) de recuperar a sua identidade", sublinhou.
Para renovar a identidade europeia, o papa destacou o papel dos jovens e o trabalho necessário com os jovens desocupados.
"Hoje é tempo de uma educação de emergência", de ensinar ofícios aos jovens, criticando uma educação que prepara os jovens para uma vida sem problemas.
"Um mundo sem problemas é aborrecido. Um tédio. O Homem tem dentro de si a necessidade de enfrentar problemas, uma educação para não enfrentar problemas é assética. É como educar as crianças num laboratório", disse.
Francisco considerou que a atual civilização é narcisista, e isso "combate-se com educação, com a educação dos direitos e dos deveres" na sociedade.
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