Ataque foi levado a cabo por um grupo de terroristas.
Pelo menos três jovens foram torturados por um grupo de terroristas encapuzados que escalou a comunidade de Pangane, em Macomia, província moçambicana de Cabo Delgado, para negociar alimentos, disseram à Lusa fontes locais.
De acordo com as mesmas fontes, o caso aconteceu em 04 de setembro naquela aldeia do posto administrativo de Mucojo, a 40 quilómetros da sede do distrito de Macomia, quando um grupo não identificado de insurgentes pretendia comprar alimentação à população local.
À chegada, relatam as mesmas fontes ouvidas pelas Lusa, depararam-se com um jovem a vender tabaco, outro a consumir álcool e um terceiro em estado de embriaguez, o que levou os rebeldes a torturá-los para não voltarem a consumir ou vender esses produtos, alegando tratarem-se de práticas que vão contra os princípios do Islão.
"Eles entraram no período da tarde, por volta das 15h45, quando chegaram a Pangane torturam três jovens por venda e consumo de cigarros e bebidas alcoólicas", confirmou uma fonte, a partir da sede distrital de Macomia, mas que tem estado a vender mandioca aos pescadores daquela aldeia.
Acrescentou que após a tortura, os rebeldes reuniram a comunidade local e pediram para se distanciarem de bebidas alcoólicas, consumo e venda de cigarros e para se dedicaram ao Islão.
"Não queremos ver jovens pequenos a fumar, beber ou vender cigarros. Isso é pecado, dediquem se ao Islão", recordou a mesma fonte, sobre a mensagem dos insurgentes em 04 de setembro.
Esta incursão surge pouco dias depois do anúncio, em 25 de agosto, pelo chefe do Estado-Maior General das Forças Armadas de Moçambique, Joaquim Rivas Mangrasse, da eliminação do líder do terrorismo no país, o moçambicano Bonomade Machude Omar, juntamente com outros elementos da liderança do grupo terrorista.
Em Macomia, uma outra fonte disse que após o encontro em Pangane, no mesmo dia, os terroristas forçaram a população a vender-lhes alimentos.
Uma outra fonte disse à Lusa que apesar de terem afirmado nesta visita que não querem a guerra, a população de Macomia sente-se insegura, mesmo com a morte do principal líder do grupo, Bonomade Machude Omar.
"Não nos sentimos seguros. Eles, os terroristas, circulam em Pangane, Mucojo, podem-nos fazer mal, eles dizem que não querem guerra, mas temos medo", disse a fonte, em Macomia.
O Presidente moçambicano, Filipe Nyusi, admitiu em 08 de setembro que o terrorismo que afeta há quase seis anos a província de Cabo Delgado é o principal entrave ao desenvolvimento do país, mas saudou o envolvimento dos jovens no seu combate.
"No nosso país o terrorismo torna-se um dos principais entraves ao desenvolvimento. Por isso, de modo particular, saudámos os jovens que se encontram nas fileiras das Forças de Defesa e Segurança", afirmou o chefe de Estado, ao intervir, na cidade de Chimoio, província central de Manica, na IX Gala Nacional do Prémio Jovem Criativo.
"Combatem o terrorismo, infligindo pesadas derrotas ao inimigo, permitindo a participação dos outros jovens nos setores produtivos em prol do desenvolvimento", destacou ainda Filipe Nyusi.
No terreno, em Cabo Delgado, combatem o terrorismo -- em ataques que se verificam desde outubro de 2017 e que condicionam o avanço de projetos de produção de gás natural na região - as Forças Armadas de Defesa de Moçambique, desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC).
O conflito no norte de Moçambique já fez um milhão de deslocados, de acordo com o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED, enquanto o Presidente moçambicano admitiu esta semana "mais de 2.000" vítimas mortais.
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