page view

Família ainda sofre com caso de jovem de 17 anos agredido em 2014 na Figueira da Foz

Agressores foram obrigados a fazer trabalho comunitário.

04 de março de 2022 às 01:30

Sete anos após a divulgação de um vídeo que mostrava um jovem, então com 17 anos, a ser agredido com bofetadas e murros por duas colegas, na Figueira da Foz, a vítima e a própria família “ainda estão a tentar seguir com as suas vidas”, diz quem os conhece.

O rapaz, agora com 24 anos, deixou a Figueira da Foz e foi estudar para outra cidade, tendo concluído a licenciatura em 2021 na área do som e imagem. Atualmente encontra-se a trabalhar na zona de Lisboa na área dos audiovisuais. A família mostra-se ainda incomodada com a situação e “combinou não voltar a falar do assunto”.

O vídeo de 13 minutos mostra a violenta agressão por duas menores, então com 15 e 17 anos, enquanto os restantes seis assistem sem nada fazer. Apesar da agressão ter ocorrido a 27 de julho de 2014, o vídeo só viria a ser divulgado através das redes sociais cerca de um ano depois. A própria vítima nunca terá falado sobre o assunto durante esse período. Acabou por apresentar queixa após a divulgação do vídeo, que teve dois milhões de visualizações em 24 horas.

A sua divulgação teve consequências para todos os envolvidos e mudou as suas vidas. Logo na altura, os adolescentes deixaram de ir às aulas e saíram de casa por temerem represálias. Em paralelo, os agressores foram também alvo de processos judiciais, tendo sido instaurados dois inquéritos criminais para os maiores de 16 anos e dois inquéritos tutelares educativos para os outros.

Os primeiros viram as penas serem suspensas mediante a prestação de trabalho a favor da comunidade. Um deles fez trabalho numa associação de proteção de animais e o outro junto de pessoas desfavorecidas. No caso dos menores de 16 anos, o processo foi suspenso, mas também tiveram de fazer trabalho comunitário. n

"A moda agora é o ciberbullying: na Internet"

CM - Quais os sinais de alerta para casos de bullying?

Júlia Machado - Cada caso é um caso, mas há sinais gerais: baixa autoestima, isolamento, ansiedade ou depressão e alterações do sono. Há aversão à escola, insucesso escolar e reações mais agressivas.

A procura por acompanhamento psicológico aumentou?

Sim, também porque se fala mais sobre o assunto. Os mais próximos devem estar atentos ao tempo que a vítima, sobretudo se for criança, passa nas redes sociais. A moda agora é o ciberbullying, ou seja, na internet. Não há propriamente insultos, mas julgamentos de ações. Sem acompanhamento destes casos, a longo prazo, as memórias podem criar distúrbios graves da personalidade, patologias ou até mesmo levar ao suicídio.

Qual o papel da família no combate ao bullying?

Importantíssimo. Não podemos trabalhar só a vítima. No caso de uma criança, o trabalho tem de ser feito entre psicólogo, pais e escola. Tem de haver uma rede clara de apoio, que não crie dúvidas. n F.G.

Vítima de bullying em palestra

Simão, o jovem de 14 anos que foi vítima de bullying numa escola de Vila Nova de Famalicão, por parte de um colega de turma, vai estar presente numa palestra de sensibilização contra a violência, numa escola de Ferreira do Zêzere. O testemunho vai ser dado na próxima terça-feira. “O objetivo é o meu filho poder fazer a diferença, ajudando outros meninos”, contou a mãe de Simão, Susana Santos. Devido à violência psicológica que sofreu na escola, por parte do melhor amigo, Simão chegou a tentar o suicídio. 

Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?

Envie para geral@cmjornal.pt

o que achou desta notícia?

concordam consigo

Logo CM

Newsletter - Exclusivos

As suas notícias acompanhadas ao detalhe.

Mais Lidas

Ouça a Correio da Manhã Rádio nas frequências - Lisboa 90.4 // Porto 94.8