Morreu o realizador António-Pedro Vasconcelos
A par do cinema, foi também crítico de literatura, cronista e comentador televisivo. Tinha 84 anos.
O realizador português António-Pedro Vasconcelos morreu, esta quarta-feira, aos 84 anos, em Lisboa. A notícia foi avançada pela família em comunicado.
"A família de António-Pedro Vasconcelos informa que o nosso A-PV partiu esta noite, a poucos dias de completar 85 anos de uma vida maravilhosa", consegue-se ler no comunicado.
O realizador, produtor, crítico, professor e fundador do Centro Português de Cinema, nasceu a 10 de março de 1939, em Leiria. Completaria 85 anos no domingo.
A par do cinema, onde assinou vários êxitos de bilheteira, António-Pedro Vasconcelos também foi crítico de literatura e cinema, cronista e comentador televisivo, "com forte intervenção cívica", como escreveu José Jorge Letria no livro de entrevista com o realizador: "Um cineasta condenado a ser livre".
Um dos campos de intervenção foi a Associação Peço a Palavra, que se bateu publicamente contra a privatização da TAP.
"Hoje, mais do que nunca, temos a certeza que o nosso A-PV, que tanto lutou para que todos fôssemos mais justos, mais corretos, mais conscientes, sempre tão sérios e dignos como ele, será sempre um Imortal", escreveu a família em comunicado.
A sua primeira longa-metragem foi a "Perdido por Cem", em 1973. Depois, seguiram-se o documentário "Adeus Até ao Meu Regresso", lançado em 1974, o filme "Oxalá", em 1981, e "O Lugar do Morto", em 1984. Este último foi, durante muitos anos, um dos maiores sucessos do cinema português.
Em 1999, a longa-metragem "Jaime", que expõe o problema da exploração do trabalho infantil, ganhou o Prémio Especial do Júri no Festival Internacional de Cinema de San Sebastian.
As últimas produções de António-Pedro Vasconcelos foram "Parque Mayer" (2018), uma comédia que retrata "amores não correspondidos, pequenos dramas pessoais e uma constante luta contra a censura e a hábil tentativa de a contornar", e "Km 224", lançado em 2022.
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