Agir lança novo álbum 'Leva-me a Sério'
Músico junta no mesmo trabalho convidados tão improváveis como Ivan Lins, Blaya, Regula, Diana Matos ou Amor Electro,
"Este som é inspiração, mas é só para mim e para os meus." Abre com este aviso (suspeitamos que vem aí algo de estimulante ou provocador) o novo disco de Agir, 'Leva-me a sério', um trabalho que não é para ser catalogado (até porque é impossível fazê-lo) e que só mostra que a música é para se fazer o que bem se quiser dela.
É difícil dizer qual é o 'people' alvo de Agir, mas o músico acredita que o novo trabalho pode ajudar a alargar o seu campo de ação. "O meu público, até agora, era um nicho de mercado, e este disco vem um pouco no sentido de tentar chegar a mais pessoas", diz. O álbum varia entre o electro-pop, o hip-hop desgovernado, o quase poético e o romântico, entre o rock e o psicadelismo, entre o futurismo e o clássico, a Lisboa à beira-mar e até o calor de Angola. Uma sonoridade urbana de quem dá voltas e voltas pelos mais variados caminhos da música."Eu bebo de muitas influências, mas o cunho pessoal passa pelo timbre daminha voz. Para me inspirar, basta estar vivo. Tenho muitas músicas de amor porque se calhar me apaixono muitas vezes. Também escrevo sobre coisas queme chateiam no dia a dia, mas não sou um indignado. Há muito essa ideia de que a arte tem de ser interventiva, mas para mim a músicaé um escape", diz Agir, na verdade, Bernardo de Carvalho Costa, um músico que reconhece as limitações, mas que prefere dar mais valor às virtudes. "Não sou um cantor muito bom, tecnicamente falando, mas acho que tenho uma voz facilmente reconhecível. A minha música torna-se 'Agir' porque o meu timbre é aquele. O Sting também não é um grande cantor, mas tem o seu timbre característico".
O novo disco tem uma série de convidados que, tal como a sonoridade, se misturam numa coletividade improvável: Pité, Diana Matos, Amor Electro, Regula, Blaya e até o brasileiro Ivan Lins, num dos temas mais poéticos do disco. "O Ivan Lins é quase da família. É uma pessoa com um gosto especial. Este ano, ele chamou-me a sua casa para ouvir uma melodia, e no espaço de uma hora fiz a letra", conta. "No caso da Marisa Liz, por exemplo, há muito que eu queria gravar com ela, mas ainda não tinha encontrado a música certa. No ano passado, compus 'Um Novo Dia' e achei que era a cara dela. O resultado está aí", adianta Agir. "Gosto de me rodear de ami- gos, e neste disco não podia ser diferente. Para mim, a música é para misturar. Não faz outro sentido".
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