Da prisão para os palcos de teatro

A escravatura do século XXI está aí e é sobre isso que versa o novo espectáculo de Mónica Calle, ‘Recordações de uma Revolução’, que a encenadora dirigiu a partir de ‘A Missão’ de Heiner Müller e que a própria protagoniza na Casa Conveniente, Lisboa, ao lado de “duas pessoas com alma de artista” que conheceu no Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus. Mário Fernandes e René Vidal, que cumpriram pena até ao início deste ano, formam, ao lado de Calle, um trio de revolucionários que, em plena Revolução Francesa, se dispõe a gritar ‘Liberdade, Igualdade e Fraternidade’ junto de escravos na Jamaica.<br/>

25 de julho de 2011 às 00:40
Cultura, Teatro, Mónica Calle, 'Recordações de uma Revolução', Heiner Muller, Estabelecimento Prisional de Vale de Judeus, 'A Missão' Foto: Manuel Vicente
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Para a criadora esta foi a melhor forma de dar continuidade a um trabalho iniciado no estabelecimento prisional em Dezembro de 2009 e que encontra neste espectáculo a sua “conclusão lógica”.

“Inicialmente pensei interpretar o texto como um monólogo, mas com a circunstância de conhecer o Mário e o René achei que fazia todo o sentido juntá-los ao projecto”, diz.

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Assinando mais um espectáculo fortemente politizado – algo que, de resto, caracteriza o seu percurso –Mónica Calle decidiu ainda incorporar no trabalho um momento de dança de rua protagonizado por sete elementos do grupo 12 Macacos, liderado por Wilson Magalhães.

Assumindo os nervos, Mário Fernandes e René Vidal não se cansam de elogiar a encenadora e prometem dar o seu melhor em ‘Recordações de uma Revolução’. Para ver todos os dias até 31, em sessões às 20h00 e 22h00.

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