Deixa-nos um homem que sabia mesmo fazer rir

Impossível ver e ouvir Octávio de Matos sem sorrir. Cómico por excelência – um dos últimos da velha guarda –, o ator morreu domingo, em casa. O coração parou-lhe aos 79 anos (faria 80 em abril).

"Foi um choque, porque estava bem, e em dezembro ainda representou ‘Quem é o Jeremias?’", contou ao CM a viúva, a atriz e encenadora Isabel Damatta.

Operado a uma anca há dois anos, debatia-se com alguns problemas de locomoção, mas estava apto para trabalhar. "Talvez o facto de se saber sem um projeto novo lhe pesasse...", adianta Isabel Damatta, que estava casada com Octávio de Matos desde 15 de fevereiro de 1993, mas antes já vivia com ele há sete anos.

"Eu tive matiné e liguei-lhe. Estava tudo bem. Quando cheguei a casa... encontrei-o sem vida", revelou.

Na página da Presidência da República, Marcelo Rebelo de Sousa escreveu que ficará de Octávio de Matos "a memória afável de personagens típicas, expressões faciais e réplicas divertidas" e a ministra da Cultura, Graça Fonseca, sublinhou as "qualidades profissionais e pessoais" do ator. Ambos enviaram condolências à família.

Hoje, o corpo de Octávio de Matos estará na Basílica da Estrela a partir das 17h30, para ser velado. O funeral realiza-se amanhã, às 16h00, para o cemitério do Alto de São João, onde o corpo será cremado.

Um talento precoce que logo se manifestou

Nascido no Porto em 1939, no seio de família de artistas, Octávio de Matos pisou pela primeira vez os palcos aos quatro anos. Artista completo, fez teatro, revista, televisão, cinema.