Escritor Antonio Cicero morre e deixa carta de despedida
Brasileiro de 79 anos, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), sofria de alzheimer.
O escritor, filósofo e crítico literário Antonio Cicero faleceu, na manhã desta quarta-feira, com recurso à eutanásia, na Suíça.
O escritor brasileiro de 79 anos, membro da Academia Brasileira de Letras (ABL), sofria de alzheimer, indicou a Globo.
Antes de se submeter à morte medicamente assistida, escreveu uma carta aos amigos para explicar a sua decisão.
Cicero lamentou o seu estado atual, derivado da doença: "Não consigo mais escrever bons poemas nem bons ensaios de filosofia. Não consigo concentrar-me nem mesmo para ler, que era a coisa de que eu mais gostava no mundo", começa por explicar. Referiu ainda que não era capaz de reconhecer muitas das pessoas com quem já tinha convivido e que o facto de estar "lúcido" e consciente tornava a sua situação terrível.
Antes de se despedir com "beijos e abraços", escreveu:
Espero ter vivido com dignidade e espero morrer com dignidade", pode ler-se na carta.
Na última semana, Antonio Cicero viajou para Paris com o seu companheiro, Marcelo Pies, para se despedir "da cidade que tanto admirava", conforme explicou Marcelo à Globo. Os dois seguiram, depois, diretamente para Zurique, na Suíça, onde ocorreu a morte. Foi Marcelo Pies quem enviou a carta de despedida aos amigos do companheiro.
Antonio Cicero era irmão da cantora e compositora Marina Lima, que deu voz a alguns poemas do artista como "Fullgás", "Para Começar" e "À Francesa".
Cicero também é coautor da canção "O Último Romântico", cantada por Lulu Santos.
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