GUANO APES: DE GOELAS BEM ABERTAS… E ATÉ À PRÓXIMA
Ele há fenómenos que não se explicam. (Con)vive-se com eles. É o caso dos germânicos Guano Apes, que na noite de quarta-feira voltaram uma vez mais a pisar palcos portugueses.
Perante uma plateia lotada e em febril estado de excitação, o quarteto debitou o seu novo disco, “Walking on a Thin Line”, recuperou antigos sucessos e desdobrou-se em elogios aos fãs lusos. E o caso não era para menos. Portugal é, no próprio dizer da banda, uma “segunda casa”, um local onde a energia do público a pressiona a dar o máximo. A transcender-se, até, como se verificou no final do concerto, quando o baterista derrubou os tambores, ao mesmo tempo que gritava “Freakin’ out, freakin’ out”. Foi o ponto final numa actuação potente pontuada aqui e ali por alguns bons momentos musicais.
Com o PA de goela bem aberta, os Guano Apes abriram com “No Speach”, do novo álbum, e de imediato semearam o frenesim nas hostes, que respondia aos assaltos sónicos com manifestações de ‘Slam dancing, mosh ou surf crowd’. Tão bonito de se ver quanto perigoso, ao ponto da vocalista Sandra Nasic ter lançado um “não se magoem”.
Indiferente aos avisos, o público respondia com (provincianos) gritos nacionalistas de “Portugal Portugal”, chegando ao ponto de oferecer uma bandeira portuguesa com um morcego no lugar do escudo. A verdade, porém, é que o quarteto como que se alimentava do sentimento e respondia à letra... alto e bom som.
Entre o carácter mais melódico de algumas das novas composições e o arraso decibélico dos antigos êxitos, os Guano Apes provaram, no entanto, ser uma vibrante máquina de rockar. Do repertório, debitado em menos de duas horas, destaque para os novos “We Use the Pain” e “You Can’t Stop Me” (bonito o coro popular) e os êxitos de sempre “Open Your Eyes” e “Lord of the Boards”. Melhor mesmo só a ‘jam session’ do trio guitarra/baixo/bateria que assinalou o início do encore. E até à próxima!
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