Iúri Oliveira na procura infinita de sonoridades
O percussionista vai apresentar o seu Manifesto dia 5 de abril nas Caldas da Rainha.
Iúri Oliveira lançou recentemente o disco Manifesto, que surgiu através de um convite de César Silveira, da Musibéria, para a gravação de um álbum a solo. Iúri pegou nas suas composições com o intuito de fazer um disco único, sem filtros.
“Quis colocar no Manifesto vários lados íntimos. É como se fosse um estado de espírito do início ao fim. Nunca há silêncios ou divisão entre as faixas”, explica Iúri Oliveira. “São seis manifestos e com eles estão várias texturas, ritmos, instrumentações e composições. Desde o contemporâneo ao world music. Águas e efeitos, coisas que ando a acumular, que aprendi e nunca tive a oportunidade de colocar noutros trabalhos”.
O disco é um trabalho a solo. No estúdio estava apenas o Iúri, uma videógrafa e fotógrafa, um técnico e um engenheiro de som. “É um disco bastante cru, onde a percussão toma toda a dianteira e toda a imagem no disco. As pessoas ficam a pensar que percussão é só uns bongós ou umas congas, e há uma panóplia inteira de percussão, um universo de sonoridades inserido neste disco”, conta o músico.
Iúri começou como autodidata aos treze anos, mais tarde estudou percussão em Londres e Países Baixos. Mas em 2015 a paixão pela música deixou de ser apenas um hobby, largou tudo o que tinha e passou a tocar profissionalmente. “Comecei com a nossa Sara Tavares e fiz os últimos cinco anos com ela”, recorda Iúri Oliveira, que faz agora dez anos de carreira em que tocou com diversos músicos, como Paulo de Carvalho, Nancy Vieira, Lura, Hélder Moutinho, Ana Moura, Cuca Roseta. Também tocou com artistas internacionais como The Cinematic Orchestra, Madonna ou Angélique Kidjo.
“A percussão é um trabalho que dá mesmo muito trabalho. É preciso uma grande escolha de sonoridades e estar sempre pronto para dar à música e aos artistas o que é necessário. Uma procura infinita de sonoridades e estudo de vários instrumentos, para poder fazer o trabalho que hoje faço, em que sou muito feliz”, remata Iúri Oliveira.
O músico vai estar a 5 de abril no Festival Impulso, nas Caldas da Rainha, no mesmo dia que Lena d’Água. Iúri vai estar a tocar em “casa” e certamente contará com a família e amigos na plateia para assistir ao seu espetáculo a solo, que terá um formato que o percussionista define como “imersivo”, com o público a rodear por completo o artista durante a apresentação do Manifesto.
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