Manuel Marques faz teatro musical
Não concebo a ideia de ter um trabalho em que não me possa divertir”, diz Manuel Marques, protagonista de ‘Todos a Bordo’, musical que Fernando Gomes acaba de estrear no Centro Cultural Malaposta, Olival Basto. “Aceitei entrar no espectáculo porque me permite criar ‘bonecos’ – que é algo a que estou habituado.”
Ao longo de duas horas vemo-lo encarnar William Shakespeare, ‘Toninho’ (um psicólogo armado em dramaturgo) ou uma Freira louca (e armada)... e a cantar! Para que se saiba, Manuel Marques canta – “e muito bem”, acrescenta Fernando Gomes. Como, de resto, já tinha provado no musical ‘Os Produtores’.
Em ‘Todos a Bordo’, acompanhamos as atribulações de um grupo de teatro que, sem dinheiro para produzir ‘A Tempestade’ de Shakespeare, opta por criar uma versão ligeira da peça e nos diverte com citações artísticas de várias épocas e estilos: desde a Revista à Portuguesa aos musicais da Broadway, passando pelos filmes portugueses da era de ouro e pelo fado.
Fernando Gomes diz que nem sabe explicar como lhe surgem as ideias para os seus musicais. “Não tenho qualquer método”, diz ele. “Desta vez, o Manuel Coelho [director artístico da Malaposta] pediu-me para fazer um espectáculo mais próximo da Revista, e pensei num trabalho em que pudesse fazer momentos de musicais diferentes”.
Em ‘Todos a Bordo’ há canções de ‘Maldita Cocaína’, ‘Can-Can’ ou de ‘Música no Coração’, e a canção ‘Sonho de Amor’ - usada no filme ‘A Menina da Rádio’, de 1944 - é um tema recorrente, em vários momentos do espectáculo.
“Convidei o Manuel Marques e a Cristina Oliveira porque me pareceram os actores certos para entrar neste espectáculo em que também recorro aos clássicos, o Shakespeare, neste caso.”
Com Fernando Gomes e a sua trupe habitual – de que fazem parte Paula Fonseca, Isabel Ribas, Luís Pacheco ou Rui Raposo – surpresa é ainda o regresso de Cristina Oliveira, actriz bem conhecida da Revista e da televisão, aos palcos.
Tem sugestões ou notícias para partilhar com o CM?
Envie para geral@cmjornal.pt