Marco Paulo, o cantor dos caracóis que o pai nunca quis ver atuar

Teve como primeiro palco uma cadeira num casamento. Vendeu mais de cinco milhões de discos na carreira e é o único artista com um galardão de diamante.

25 de outubro de 2024 às 01:30
Marco Paulo ficou conhecido pelos caracóis até meados dos anos 90 Foto: Direitos Reservados
Cantor era devoto de Nossa Senhora de Fátima Foto: Direitos Reservados
Com o afilhado, Marco António Foto: Direitos Reservados
Condecorado. Em maio de 2022, Marco Paulo foi condecorado no Palácio de Belém pelo Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, com a Ordem Infante D. Henrique. Foto: Direitos Reservados
Religião. Marco Paulo era presença assídua no Santuário de Fátima, para onde arrastava centenas de fãs Foto: Rui Miguel Pedrosa
História. Numa sala da sua casa em Sintra, Marco Paulo juntou todos os seus prémios e distinções Foto: Vitor Mota
Mourão. João Simão da Silva (ao centro) com os pais (Maria Isabel Caeiro e João Marques e Silva) e os irmãos Ernesto (à esq.) e Alfredo (à dir.) Foto: Direitos Reservados
Café Luso. Aos 14 anos, ainda com o nome de João Simão, atuou no célebre café Luso, em Lisboa, onde costumava cantar Amália Rodrigues Foto: Direitos Reservados
Com os pais, já na sua casa em Sintra, nos anos 80 Foto: Direitos Reservados
Disco. Já com o nome de Marco Paulo, lançou o primeiro disco, ‘Não Sei’, em 1966. Foi gravado nos estúdios da Valentim de Carvalho Foto: Direitos Reservados
Revolução. Com o 25 de Abril, a música romântica entrou em crise. Marco teve de cantar em discotecas e em circos, inclusive nas jaulas dos leões. Foto: Direitos Reservados

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A primeira vez que cantou em público foi, ainda criança, aos 11 anos, em cima de uma cadeira, num casamento. Esta quinta-feira, mais de 60 anos depois, Marco Paulo é, e continuará a ser, muito provavelmente, o nome mais reconhecido da música em Portugal a seguir a Amália Rodrigues.

Vendeu mais de cinco milhões de discos e é o único artista português a receber um galardão de diamante, por vendas superiores a um milhão de cópias por um único disco.

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Nascido João Simão da Silva, a 21 de janeiro de 1945, em Mourão, no Alentejo, viveu uma infância humilde e itinerante por causa do pai, que era fiscal das Finanças e que recebia colocações em vários pontos do País. Foi já em Alenquer, inspirado pelos filmes de Joselito (cantor espanhol que alcançou a fama em criança), que via através da frincha da porta do cinema local, e ainda como João Simão, que começou a cantar nas festas da aldeia.

Recebeu como primeiro caché 50 escudos e um garrafão de vinho. Na vontade de seguir a música contrariou o pai, que nunca aceitou a sua opção e nunca assistiu a um concerto seu até morrer (teve, no entanto, na mãe o seu grande suporte).

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Gravou o primeiro disco em 1966 e já com o nome artístico de Marco Paulo (inspirado em Marco António, mestre de cavalaria de Júlio César) arrancou para uma carreira singular. Diz que nunca teve namoradas para não afastar as fãs.

Deixa como imagens de marca os caracóis, o microfone a saltar de mão para mão, e canções como ‘Maravilhoso Coração’, ‘Joana’, ‘Ninguém, Ninguém, ‘Taras e Manias’, ‘Nossa Senhora’ e, claro, ‘Dois Amores’, tema que nem queria gravar por achar que incitava à bigamia.

Póster amanhã com o CM

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O Correio da Manhã publica este sábado, dia do último adeus, um póster de Marco Paulo, nas pá- ginas centrais. Uma for- ma de homenagear o cantor que marcou gerações e fica na história da música portuguesa.

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