Marianne Faithfull fria e monótona

A voz cristalina de Marianne Faithfull, que as baladas do fim dos anos 60 transformaram num dos ícones do ‘flower power’, há muito que se foi degradando. O álcool, as drogas e as curas de desintoxicação e o afastamento prolongado da vida artística, tornaram a sua voz rouca e fria, passando a cantora a falar mais do que a cantar.

01 de agosto de 2005 às 00:00
Marianne Faithfull fria e monótona Foto: Sérgio Lemos
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A actual condição de Marianne Faithfull foi bem audível na actuação de sábado à noite, no concerto de encerramento do festival CoolJazz, na Cidadela de Cascais. A cantora interpretou temas muito idênticos entre si e de uma forma sempre igual, trazendo uma pesada monotonia ao frio da noite.

Temas compostos de parceria com Nick Cave, Henry Nilsson e com o seu guitarrista Barry Reynolds, foram cantadas com uma voz rouca metalizada, sem sentimento e absolutamente linear, mais fria do que a noite.

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Faithfull esteve acompanhada por um excelente quarteto, do qual fazia parte o baixista Fernando Saunders, que abriu a noite cantando quatro temas na companhia do teclista Daniel Merceres. Tão sofrível a cantar como brilhante a tocar baixo, Saunders protagonizou uma abertura para esquecer.

Colby Williams, baterista e nome grande dos blues, foi o melhor instrumentista do experiente quarteto que acompanhou Marianne em temas como o clássico ‘Blue’ ou ‘Trouble In Mind’, o que mais fugiu à monotonia.

Um pobre encerramento para o CoolJazz, um festival que teve em Jamie Cullum e US3, os únicos artistas que podem ser incluídos na universalidade do jazz.

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