Miró regressam a Portugal até final do mês

As 85 obras de Miró regressam a Portugal até ao final do mês de fevereiro, sem custos para os contribuintes e deverão ficar guardadas num cofre da Caixa Geral de Depósitos. Se já tivessem sido vendidas, a Parvalorem teria tido um encaixe de 50 milhões de euros.

19 de fevereiro de 2014 às 22:10
cultura, vendas, quadros de Miró, negociação, Governo, Sócrates
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A garantia foi ontem dada por Francisco Nogueira Leite, presidente do conselho de administração da Parvalorem, a empresa estatal criada para a recuperação de crédito do antigo Banco Português de Negócios (BPN), nacionalizado em 2008.

Mais tarde, as obras deverão voltar a Londres, uma vez que o leilão já está marcado com a Christie’s, apesar de ainda não haver uma data precisa.

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A audição, a pedido do PS para esclarecimentos sobre a decisão de venda e expedição das obras de Joan Miró, bem como sobre os termos do contrato com a leiloeira britânica, ficou marcada pela indignação dos partidos da oposição quanto à decisão de venda de tal património.

PS, PCP e BE falaram mesmo em ilegalidade e que Parvalorem ignorou parecer da Direção Geral do Património.

Francisco Nogueira Leite desmentiu, recordou que a empresa teve de se endividar para adquirir ativos tóxicos do BPN e que o passivo das empresas – Parvalorem e Parups – é de 4,5 mil milhões.

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“Em abril de 2011, a Caixa Geral de Depósitos deu autorização para armotização antecipada da divida com a venda dos Miró”, contou, recordando que “a venda pretende minimizar o impacto financeiro aos contribuintes”.

O presidente da Parvalorem explicou ainda que das 85 obras, apenas 17 estavam legalizadas. Ainda assim, do “ponto de vista jurídico nada impedia o leilão, mas o mediatismo levou a leiloeira a cancelá-lo”.

No leite acusou mesmo os deputados da oposição de serem responsáveis pelo “frenesim mediático”.

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Explicou ainda Nogueira Leite que as obras não foram para Londres por mala mediática, mas sim em camiões especializados.

Quanto a despesas de transporte ou seguros, o presidente da Parvalorem garante que “fazem parte do caderno de encargos do contrato com a leiloeira”.

À saída da audição que durou pelo menos duas horas, Nogueira Leite explicou aos jornalistas que, ao contrário do que disseram os deputados Gabriela Canavilhas (PS), Miguel Tiago (PCP) e Catarina Martins (BE), não “há nenhuma questão com a CGPC”. “Os deputados interpretaram a lei, coisa que cabe aos tribunais. Nós não reconhecemos nenhuma ilegalidade. O nosso papel é recuperar créditos e amortizar dívidas”, concluiu.

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O presidente da Parvalorem diz que não está pensado realizar alguma exposição da coleção.

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