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Cometa mistério deixa cientistas em sobressalto

Viajante de outro sistema solar continua a surpreender. Agora começou a libertar água.

12 de outubro de 2025 às 10:32

Os astrónomos estão estupefactos com a nova descoberta do enigma 3I/ATLAS, o cometa interestelar que está a inquietar quem segue de perto a visita do estranho objeto, oriundo de outro sistema solar, desde que foi detetado pela primeira vez no início de julho. Observado pelo telescópio Swift, da NASA, percebeu-se que o 3I/ATLAS começou a libertar cerca de 40 quilos de água por segundo, em estado gasoso, estando na altura a cerca de três vezes a distância entre a Terra e o Sol. Os cometas compostos principalmente por gelo, poeiras e rochas, normalmente descritos como ‘bolas de gelo sujo’. É natural que ao aproximarem-se do sol libertem vapor água, mas não àquela distância. No ponto em que começou a libertar água devia permanecer inativo. Qual o motivo, é um mistério que ninguém consegue explicar. Tal como já tinha sido inexplicável a sua trajetória, completamente anómala e desafiadora das leis da gravidade; o seu tamanho, muito maior do que se pensava, com pelos menos 5,6 quilómetros de diâmetro; o seu peso, 33 mil milhões de toneladas; a sua incrível velocidade, 220 mil km/h; ter mais dióxido de carbono do que água, na proporção de oito para um; a aparente ausência de ferro e o facto de a estar a libertar níquel no estado gasoso, sendo que ferro e níquel aparecem normalmente junto na Natureza.

Este é o terceiro objeto interestelar descoberto até hoje, mas completamente diferente dos dois anteriores. O primeiro (Oumuamia) era seco, o segundo (Borisov) rico em monóxido de carbono, o 3I/ATLAS…uma caixinha de surpresas. Ou, dito por outras palavras, um cometa que não tem nada de cometa, na composição e comportamento.

Muito mais velho do que a Terra, terá ‘nascido’ há, pelo menos, 7,5 mil milhões de anos (calcula-se que a Terra tenha 4,5 mil milhões de anos), o objeto mais observado do mundo neste momento, está a fornecer pistas importante sobre a formação de planetas em galáxias distantes.

A 29 de outubro atingirá o ponto mais próximo do sol (a 203 milhões de quilómetros) e deixará de ser visto. Reaparecerá, em princípio, em finais de novembro ou início de dezembro, antes de prosseguir a sua jornada e desaparecer para sempre.

Apesar das garantias da NASA de que se trata de um objeto cósmico, vindo não se sabe de onde, têm sido desenvolvidas várias teorias em torno do 3I/ATLAS. O físico Avi Loeb, chefe do departamento de Astronomia da Universidade de Harvard, onde fundou e dirige o maior centro de pesquisas sobre buracos negros do mundo, a Black Hole Initiative, foi dos primeiros a colocar a hipótese de se tratar de uma nave ou sonda alienígena. A teoria de Avi Loeb foi ‘morrendo à medida com as observações contínuas do estranho objeto e os dados recolhidos através das mesmas. Mas nem todos estão (ainda) convencidos. Falta saber que outras surpresas reserva o 3I/ATLAS enquanto for possível mantê-lo na mira dos mais sofisticados telescópios do planeta.

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