Porto Editora nega despedimentos
Grupo editorial tem de enfrentar suspensão de novos manuais por parte do Governo.
A Porto Editora nega que vá despedir funcionários, mas fonte do grupo admite que a empresa, prestes a celebrar 75 anos de existência, está a viver um período "muito exigente" da sua história. O Governo suspendeu a adoção de novos manuais escolares para os 3º e 7º anos do ensino básico até 2022, assim como os de Biologia e Geologia do 11º ano, o que irá afetar as estruturas das editoras livreiras nacionais. O grupo Leya não confirma o despedimento de cerca 30 colaboradores, mas também já se queixou das medidas.
"O decréscimo no número de alunos é um dado preocupante, mas a crise também o é", acrescenta Paulo Rebelo Gonçalves, responsável de Comunicação e Imagem do grupo. "A crise afeta, de há oito ou nove anos a esta parte, o setor livreiro com grande intensidade e não parece haver solução à vista."
Já este ano, em março, a Porto viu destruída a sua unidade gráfica da Maia, o que provocou "milhões de euros" de prejuízo e obrigou a editora a subcontratar empresas portuguesas e espanholas para dar vazão ao caudal editorial. "Estamos a construir uma gráfica nova e vamos fazer algumas restruturações, mas não se coloca a questão dos despedimentos", garante Paulo Rebelo Gonçalves.
PORMENORES
Preços inalterados
A Associação Portuguesa de Editores e Livreiros (APEL) e o Governo chegaram a acordo para manter inalterado o preço dos manuais escolares nos próximos quatro anos. Situação poderá implicar a restruturação de algumas empresas do setor e afetar trabalhadores.
Acesso ao formato digital
O acordo entre APEL e Governo prevê também que os alunos do 1º e 2º ciclos vão beneficiar de uma licença digital que lhes dará "acesso gratuito" a materiais digitais que complementam o manual escolar em papel.
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